Caminhoneiros lamentam fretes incompatíveis
com aumento do diesel
com aumento do diesel
Daniel Gois
O reajuste de 4,2% no preço do diesel aplicado pela
Petrobrás, no dia 18 de setembro, trouxe preocupação para os caminhoneiros, que
preveem prejuízos caso os preços dos fretes não acompanhem o aumento.
O caminhoneiro João José Ferreira, que circula pela Baixada
Santista e região de Campinas, estima um aumento de R$ 400 a R$ 500 no gasto mensal
de combustível. Já Eduardo Teixeira Gomes, que atua com veículo próprio e
presta serviços para a JBS e Friboi, prevê que precise gastar R$ 800 a mais por
mês com diesel.
Gomes conta que 60% do que ganha é destinado para gastos com
o caminhão. “O combustível é o que mais nos atrapalha. Nosso frete continua o
mesmo e o combustível só aumenta. A conta sempre vai para nós”, afirma ele, que
faz de 10 a 12 abastecimentos por mês, pois circula pela Baixada Santista,
Capital de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O caminhoneiro autônomo Paulo Sérgio Henriques pede maior
valorização para a classe. “Dá vontade de desistir. A sociedade não olha para
as dificuldades que passamos. Com esses preços abusivos, a nossa margem de
lucro só diminui”, lamenta.
Indignado com o aumento, Osanias José da Silva, que presta
serviços para a ACTA Cooperativa na região da Baixada Santista, diz que “nosso
país aumenta frequentemente o preço dos combustíveis e o frete não acompanha o
valor”.
O caminhoneiro Lúcio Gomes Braga, que abastece de 12 a 15
vezes em um mês, vê o reajuste como um exagero. “Meu patrão já reclamou porque
o frete não aumentou”, conta ele, que presta serviços para a Campoleg com o caminhão
da própria empresa.