segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Interferência dos pais é um problema na hora de decidir o curso



 Alice Vieira

Os pais têm um peso muito importante no momento da decisão por um curso universitário, visto que alguns julgam que podem impor suas vontades e escolher o que os filhos devem fazer. É o que diz Wesley Ramos, de 18 anos, do Colégio Ablas, que apesar de gostar de Filosofia e História, pretende prestar vestibular para Relações Internacionais contra sua vontade.

A estudante Bárbara Silva dos Santos de Medeiros, de 18 anos, da Escola Judoca Ricardo Sampaio Cardoso,  também passa por uma situação parecida. Ela gostaria de cursar Design de Interiores ou Medicina Veterinária, mas seus pais querem que faça Psicologia ou TI.

A indecisão é um fator significativo para que a pressão aumente, ainda mais quando se está no último ano. A estudante Giovanna Elle, de 18 anos, da Escola Professora Alzira Martins, ainda não tem certeza sobre o que quer e está tendo que lidar com uma cobrança maior, além do desejo dos pais para que entre em um curso de Direito.

Por outro lado, a jovem Larissa Barbosa Cacielo, de 17 anos, da Escola Pastor Jaconias, também possui incertezas sobre sua escolha profissional, mas apesar de sentir-se pressionada para que decida logo, seus pais não impõem um curso específico e isso a deixa um pouco mais aliviada.

Um caso em especial é o do estudante Arthur Malenatakui Miranda, de 17 anos, que se formou pelo Objetivo e fez um semestre de cursinho. Possui interesse na área de Design e de Comunicação, mas ainda tem dúvidas e está tentando se encontrar. Segundo ele, é desesperador já ter concluído a escola e não ter certeza do que quer fazer.



Má alimentação pode prejudicar os estudos



KauãnSousa

Com os vestibulares se aproximando, o foco nos estudos aumenta e muitos estudantes acabam deixando a boa alimentação de lado e comendo alimentos mais práticos de serem preparados e fáceis de comprar.

O professor do curso de Nutrição, da Universidade Católica de Santos, César Henrique de Azevedo, explicou o quanto uma alimentação ruim pode prejudicar e uma boa alimentação pode auxiliar durante os estudos e nos dias das provas.

“Uma má alimentação pode desviar a atenção na hora dos estudos. Se alimentar de fast-food ou alguns alimentos gordurosos causam um desequilíbrio no organismo e, assim, podem tirar a concentração na hora de estudar”.

O nutricionista disse que não existe um alimento especifico que contribui para os estudos ou para memória, e sugeriu alimentos leves e de fácil digestão, para não tirar a concentração e não dar problemas digestivos, que podem causar dores que acabam tirando a atenção dos estudos.

A importância de comer bem vai além do período de estudos e dos dias que antecedem a prova e na data da prova, visto que alimentação pode ser uma grande aliada nesse período.
“Cinco a seis refeições diárias, frutas quatro vezes por dia”: Essa é a alimentação ideal indicada pelo professor para dias antes da prova. Ele também não indica alimentos gordurosos e de difícil digestão e bebidas alcoólicas e energéticas, sendo que as duas últimas podem prejudicar o sono.

Azevedo também deixou claro o quanto é importante se alimentar bem no dia do vestibular. Ele deu dicas de alimentos que são adequados para ingestão horas antes da prova: café da manhã com frutas e boa quantidade de pão, almoço leve e de fácil digestão.



Orientação vocacional tem ajudado jovens na escolha da profissão



Natã Cajaíba

No Ensino Médio, muitos jovens começam a se preparar para o vestibular e com isso se deparam com um dilema recorrente, a escolha da área profissional que desejam seguir. A principal alternativa para ajudar os adolescentes nessa decisão são os testes vocacionais acompanhados de orientação vocacional. Entretanto, muitas pessoas desconhecem as diferenças entre os dois métodos.

Os testes vocacionais são compostos de perguntas que analisam as habilidades do individuo, e relacionam as repostas com as profissões em que ele teria mais afinidade, porém nem sempre são eficazes e objetivos. Para que o resultado seja mais satisfatório, é preciso que um profissional especializado, como um psicólogo, analise e interprete o teste, além de orientar o jovem, trabalhando o autoconhecimento do mesmo.

De acordo com a professora e psicóloga Flavia Henriques, existe uma diferença muito grande entre teste e orientação vocacional, sendo o primeiro apenas uma parte do processo. “A principal diferença, entre o teste e a orientação vocacional, é que o teste é apenas uma etapa da orientação que exige um acompanhamento, analisando as características e montando um perfil da pessoa” explica Flavia, que trabalha na aplicação de testes vocacionais e orientação há mais de 40 anos.

O autoconhecimento é a principal etapa no processo de escolha da profissão, pois conhecendo a si mesmo e suas habilidades, o jovem se sente mais seguro e confortável na hora da decisão. A segunda etapa do processo é a seleção de profissões com que o adolescente mais se identifica, e o contato com profissionais e estudantes das áreas, para que o mesmo consiga colher informações sobre elas. 

“Existem diversos lugares, em que as pessoas podem encontrar orientação profissional, e aplicação de testes especializados que a ajudem na escolha da profissão, como em feiras de profissões realizadas pelas universidades da baixada”, ressalta a psicóloga.

É indicado que os testes vocacionais sejam realizados presencialmente, e em locais especializados na aplicação dos mesmos, pois muitos testes encontrados na internet, por exemplo, são ineficazes e não possuem nenhuma comprovação de resultado. “Além de não ser suficiente, a pessoa pode burlar as perguntas com respostas não objetivas, ou que não sejam completamente honestas” salienta Flavia.

O orientador tem o papel de auxiliar a pessoa a compreender melhor ela mesma, e a descobrir quais são seus sonhos, objetivos e desejos.  A estudante de psicologia Ana Paula Vidal, de 21 anos, conta como sua experiência com o teste e orientação vocacional, a ajudou a escolher qual área seguir. “O teste foi aplicado na minha escola. Na época não tive uma orientação adequada, mas acabou que o resultado mostrou algo na área da saúde e hoje eu curso psicologia”. Ana Paula realizou outros testes online, mas os resultados não foram satisfatórios. “Os testes precisam ser aplicados por alguém especializado, e que interprete as respostas e o resultado. Na internet eles são vagos e muitos não são confiáveis” completa Ana Paula.

Jovens buscam informações sobre carreiras e profissões



Wânia Mara Menecucci Gomes

Com intuito em conhecer e tirar dúvidas sobre qual carreira seguir, adolescentes e jovens da Baixada Santista marcaram presença na TRENDS, feira de profissões, no dia 27 de agosto, na UniSantos. Às vésperas da maratona de provas para o vestibular 2019, os estudantes ainda estão em busca de confirmar um desejo ou buscar informações sobre diferentes áreas, pois a dúvida ainda persiste.  

A jovem Camila Pedral dos Santos, de 19 anos, moradora de Cubatão, quer estudar Engenharia Ambiental. Ela contou que, desde o ensino fundamental, se interessa por questões relacionadas ao meio ambiente e que participar da TRENDS ajuda a esclarecer dúvidas sobre a grade curricular, aumentando ainda mais o desejo pela área.

Para Renan Valentim Telo Pereira, de 18 anos, de Santos, terminar o ensino médio gera uma série de questionamentos. Mas, acredita que fazer o que se gosta é o princípio para alcançar o sucesso e a realização profissional. Ele quer cursar Jornalismo, pois identifica-se com a área da comunicação. Porém, não descarta a possibilidade de estudar Psicologia, sendo outra área do seu agrado.

PRESSÃO - Já, Paulo Cesar Calaf Guedes, de 17 anos, estudante do 3º ano de ensino médio, na Praia Grande, disse que a escolha de qual carreira seguir ainda não está definida. Para ele, a pressão ao sair do ensino médio não é favorável, levando em conta o turbilhão de dúvidas perto de completar a maioridade. Dentre os cursos oferecidos, Paulo se interessou por Produção Multimídia e Administração, mas ainda não tem certeza da escolha.

As amigas Natasha Gimenes Goulart de Almeida e Fabiane Ribeiro Siqueira, ambas de 17 anos, estudantes e moradoras da Praia Grande, acreditam que o período do ensino médio é fundamental para a escolha da futura profissão. Elas estão no 3º ano e não hesitaram ao falar suas opções de curso. 
Fabiane se interessa pelo curso de Direito. Já Natasha tem em mente o curso de Relações Internacionais. “Acho que o mercado de trabalho é benéfico para área de relações internacionais e gostei muito de conhecer mais sobre o curso na oficina que participei”, disse Natasha.

Hiago Simeão Neto, de 17 anos, de São Vicente, que está prestes a terminar o ensino médio, relatou que o curso de Cinema sempre foi seu sonho, e que não se vê estudando outra área. Segundo ele, na Capital as oportunidades para a área são maiores, mas sua intenção é estudar na Baixada Santista para depois exercer a profissão em São Paulo.




Iniciação científica é uma alternativa aos jovens


Juliana Steil

Jovens encontram na iniciação científica uma alternativa ao mercado de trabalho comum, onde, com uma personalidade curiosa e a pesquisa, estarão sempre aprendendo e evoluindo. Além disso, eles podem participar de todo o processo de criação e desenvolvimento de determinado produto.

Em meio a diversos aparelhos eletrônicos, chips e placas metálicas, o estudante Arthur Gabriel Ramos Santos, de 18 anos, tenta explicar aos visitantes curiosos da Católica TRENDS, para o quê serve cada aparelho exposto. Mesmo tímido, ele fala com propriedade, e não é para menos: fez parte da turma que os desenvolveu.

Na iniciação científica desde o começo deste ano, Arthur concilia o que aprende em seu curso de eletrônica, na Escola Técnica (ETEC) Aristóteles Ferreira, com o que vê nas pesquisas. “Quando eu não entendo algo na teoria no curso da ETEC, pergunto por aqui e acabo entendendo na prática”.

“Participei de todas as etapas de desenvolvimento do projeto de um chip de quatro milímetros que transmite dados”, afirma o orgulhoso Walter Silva Oliveira, de 19 anos, que conheceu o programa através do incentivo da escola em que estudava, ETEC Aristóteles Ferreira, enquanto cursava eletrônica. “Agora, nosso projeto está sendo executado em uma fábrica na China. Quando voltar, iremos testá-lo. Estou ansioso”.

CARREIRA CIENTÍFICA - Atualmente, cursando Engenharia da Comunicação na Universidade Federal do ABC, em Santo André, Oliveira se orgulha de ter iniciado sua carreira científica e pensa em viver de pesquisas, mas confessa ter “caído” de surpresa nessa área. “Fiz a prova e a entrevista na seleção sem pretensão alguma. Não sabia como funcionava direito, como a maioria dos adolescentes. Me surpreendi com o quanto que eu gostei de estar aqui. ”

No processo de iniciação científica, os alunos do Ensino Médio ou da graduação recebem orientações de um professor pesquisador na área e, na maioria dos casos, participam de encontros coletivos durante o período para aprofundar seus conhecimentos e trocar experiências, conhecer metodologias e técnicas para propor novas análises ou descobertas com raciocínio crítico mais desenvolvido.

De acordo com o estudante Lucas Obrien Oliveira Silva, de 19 anos, na iniciação científica o jovem aprende a ter senso crítico. “Você precisa olhar determinado assunto, questionar as atitudes e métodos utilizados e procurar novas soluções, criando você mesmo”, afirma. “Hoje, curso Engenharia Elétrica na Unisanta. Eu gostaria de continuar estudando aqui, mas a UniSantos não tem esse curso”, lamenta. 

Ele já está de olho no próximo passo: a carreira. Ele quer seguir a linha de pesquisa e, por isso, pensa em seu doutorado. “Quero subir todos os degraus possíveis e viver de pesquisa”, afirma.
Os dois, que já concluíram o período de pesquisa da iniciação científica, continuam a visitar a UniSantos em reuniões com o grupo pelo menos uma vez por semana. “Já nos tornamos uma família e a pesquisa nunca termina. Sempre temos dúvidas ou novas propostas”, diz Silva.

terça-feira, 18 de setembro de 2018


Energéticos são falsos amigos na hora dos estudos

Yasmin Vilar

Composto por cafeína e taurina, o energético vem se tornando um aliado dos jovens em época de vestibular. A rotina de horas de estudos é prolongada ao máximo, mas esse controle sobre o tempo e a luta contra o sono podem custar caro ao estudante. Uma pesquisa canadense publicada pelo jornal científico Canadian Medical Association, noticiada pelo portal Exame, em 15 de janeiro deste ano, divulgou que 55% dos jovens entre 12 e 24 anos sentiram efeitos na saúde após o uso de uma ou até duas latas de energético.  Entre os principais efeitos colaterais causados pela bebida estão as dores no peito, tontura, insônia, formigamento da pele, desconforto respiratório, dores de cabeça, gastrite e até podem prejudicar o esmalte dos dentes.

O farmacêutico, professor doutor Paulo Ângelo Lorandi, explica que as substâncias estimulam o metabolismo, sendo perigosas para quem já enfrenta problemas do coração. "O uso de energéticos resulta em um esforço incessante do coração, podendo chegar a ter danos irreversíveis como problemas cardíacos, caso a pessoa possua pré-disposição para cardiopatias".

Cada lata da bebida tem volume de cafeína correspondente a três xícaras de café. A alta dosagem da substância proporciona uma carga energética rapidamente, porém os efeitos passam com pouco tempo, trazendo uma exaustão ainda maior. Já a taurina é a responsável pela diminuição do cansaço muscular. "Eles juntos dão a falsa sensação de energia. O uso contínuo faz com que a pessoa não perceba que está cansada e precisa descansar. Então, quando o cansaço surge, ela sente a necessidade de beber novamente para recuperar o ritmo", esclarece Lorandi, alertando que o "uso rotineiro pode gerar uma carência de estímulos produzidos pelo próprio corpo”.

Mas, tomar uma, duas ou três latinhas pode? A dosagem limite não é algo aconselhado pelo especialista, que coordena o Centro de Informações sobre Medicamentos da UNISANTOS. "Mais do que indicar a dosagem certa, o correto é esclarecer sobre os perigos que essa bebida proporciona. Quem usa deve ter o bom senso e reconhecer os sintomas caso surjam", ressalta.

ALERTA - As horas de estudo enfrentadas por quem deseja se sair bem no vestibular podem ser acompanhadas por bebidas cafeinadas, mas sem exageros. "O sono e a alimentação adequada ainda são as melhores soluções. Vale a pena estudar um pouco menos e descansar mais. O estudante será mais produtivo do que tomando bebidas energéticas", aconselha Lorandi. Já nas baladas, a mistura entre a bebida e o álcool pode trazer riscos severos aos jovens. "O álcool é uma bebida com efeito depressivo enquanto o energético dá a energia, mascarando os sintomas da bebida. O jovem pode não notar o quão embriagado está e continuar bebendo até alcançar um coma alcoólico", alerta o farmacêutico.




Pais podem contribuir para a escolha da profissão

Gabriel Ojea   

Na Católica TRENDS, alguns pais acompanharam os filhos, com o intuito de orientá-los na escolha que marca o começo da jornada profissional dos jovens estudantes que estão de saída do ensino médio.

Pensando em toda a tenção gerada pela dúvida da escolha, Maria Isaura da Silva Simões, de 55 anos, tem levado sua filha Bárbara Silva para visitar diversas feiras de profissões na região, pois, de acordo com ela, o dever dos pais é ajudar a esclarecer dúvidas e explicar se o mercado de trabalho é bom para tal área, sem interferir de maneira direta. “Eu não ajudo a escolher, mas ajudo mostrando”, dando apoio para qualquer que seja a decisão da filha.

A importância da presença dos pais nessas feiras é ressaltada por Alessandra Fernandes, de 45 anos. Para ela, os pais devem orientar seus filhos a cursarem algo que gostem, sempre dando o máximo de suporte possível, atitude que ela pratica com sua filha Debora Fernandes. O pensamento é compartilhado por Tatiane Pinto de Andrade Marques, que também demonstrou apoio quando ajudou sua filha, Fernanda Marques, a se inscrever no vestibular da UniSantos para o curso de Enfermagem. 

PESQUISA - Segundo pesquisa realizada em 2016 pelo Instituto de Estudos de Saúde Coletiva, publicada no portal O Globo, em 23 de junho do mesmo ano, um a cada três adolescentes no Brasil (12 a 17 anos) sofrem de Transtornos Mentais Comuns (TMC), que variam de insônia até a falta de disposição para tarefas cotidianas. Estes transtornos podem levar a depressão e até mesmo a doenças cardiovasculares sérias, o que torna o momento da escolha pelo curso ainda mais delicada, pois o risco de sucumbir à pressão é grande em adolescentes prestes a tomar a decisão profissional, mostrando que todo o apoio é importante nesta etapa.



Professores do ensino médio também orientam estudantes para a escolha profissional


Matheus Fernandes

As feiras de profissões são a oportunidade para estudantes de ensino médio que ainda não se decidiram quando o assunto é a formação profissional. Mas se a pressão entre os estudantes pode ser grande, para os professores que acompanham seus alunos nesses eventos, a esperança é de que o futuro seja brilhante para eles. Na Católica Trends, no dia 27 de agosto, alguns docentes marcaram presença com grupos de estudantes.

Rafael Lima de Oliveira, de 30 anos, que é professor de Filosofia da Escola Estadual Dr. Antonio Ablas Filho, de Santos, organização uma excursão com seus alunos. A escola onde ele leciona tem uma disciplina chamada Projeto de Vida, onde a escolha da carreira é um dos tópicos mais importantes. “Nós ensinamos os alunos a seguirem seus sonhos e a planejarem suas carreiras. Por isso, nós estarmos aqui também é importante”, disse.

O professor de Sociologia do Centro Educacional SESI Santos, Thiago Justo, de 35 anos, entende bem a importância de uma feira de profissões. “É como uma quebra de barreiras. É bom para mostrar que não é impossível ingressar em uma faculdade”. Já o professor de Filosofia, também pelo SESI Santos, Jairo de Sousa Melo, de 45 anos, completou dizendo que as feiras são importantes pelo contato entre professores universitários e alunos. “É interessante porque eles perdem o medo, e veem que não é algo tão distante do ensino médio”.

PROFESSORA MÃE - A professora de Geografia, Simone Ike Niglia, de 44 anos, que dá aula no COC Novo Mundo, na Praia Grande, e no Liceu Santista, em Santos, não trouxe nenhum aluno, mas a própria filha, Giovanna Ike Midori, de 17 anos. O incentivo de vir com a filha para a Trends vem da falta de apoio dos seus pais, neste período, quando era adolescente. Por isso, ela decidiu acompanhar a filha nessa etapa que considera tão importante em sua vida. “Nessa idade, surgem muitas dúvidas e, às vezes, o que a gente escolhe, a gente faz para sempre”. Apesar disso, ela diz que Giovanna não é forçada a cursar nada que não queira e no seu próprio tempo. “Ela pode fazer quando quiser. Sem pressão nenhuma.”


Estresse pré-vestibular dificulta no momento da escolha profissional


Letícia Gomes

“Tudo que é desconhecido causa um desgaste, e ele traz o estresse. Precisar tomar uma decisão é um estímulo para agravar a situação”, comenta a professora universitária e psicóloga Andréa Nacarato. Por conta disso, escolher qual área seguir é motivo de grande parte dos transtornos que acompanham os adolescentes, especialmente no período que antecipa o vestibular, que reúne não só o medo da decisão quanto o possível insucesso na prova.

Na Católica Trends, o envolvimento dos estudantes durante a palestra “Conheça o seu nível de estresse e como usá-lo a seu favor” evidenciou o quanto o tema é presente no dia a dia. Durante a discussão eles afirmaram que a ansiedade remete ao cansaço, instabilidade emocional e dores físicas. Esses sintomas, explica Andréa, são as principais formas de identificar o transtorno. “Esses são os primeiros sinais, que podem se agravar caso não tenha um acompanhamento psicológico. Por isso, nesse momento de maior suscetibilidade, é importante a procura profissional”, reitera.

A busca em entender as origens do estresse e da ansiedade é o trabalho realizado por psicólogos no momento de avaliar quem passa por uma situação de transtornos emocionais. “A maneira como interpretamos as situações geram estresse. Com o profissional, ele entende as características próprias e a forma de interpretar os acontecimentos, e a partir disso começa o trabalho de ressignificar”, explica a psicóloga.

Aprender a origem do sentimento ajuda a gerenciar essas emoções, que fazem parte do cotidiano e são importantes. “O estresse, de forma controlada, é saudável, faz parte da vida e ajuda no momento de entender as situações. Por isso, o importante é buscar meios de controlá-lo”, explica a docente que, durante a palestra, falou sobre as técnicas de respiração, uma das formas que ajudam a equilibrar as emoções. Ainda ressaltou a diferença que uma alimentação saudável e atividade física podem causar em quem tem tendência a sentir o estresse.

“A própria falta de perspectiva, que acontece no momento em que você observa a situação do País, pode influenciar. O jovem se preocupa não só com a escolha e a prova do vestibular, mas vai além, ao pensar no mercado de trabalho. O problema é não saber administrar tantos questionamentos”, finalizou a psicóloga.