domingo, 29 de setembro de 2019


Caminhoneiros lamentam fretes incompatíveis 
com aumento do diesel

Daniel Gois

O reajuste de 4,2% no preço do diesel aplicado pela Petrobrás, no dia 18 de setembro, trouxe preocupação para os caminhoneiros, que preveem prejuízos caso os preços dos fretes não acompanhem o aumento.

O caminhoneiro João José Ferreira, que circula pela Baixada Santista e região de Campinas, estima um aumento de R$ 400 a R$ 500 no gasto mensal de combustível. Já Eduardo Teixeira Gomes, que atua com veículo próprio e presta serviços para a JBS e Friboi, prevê que precise gastar R$ 800 a mais por mês com diesel.

Gomes conta que 60% do que ganha é destinado para gastos com o caminhão. “O combustível é o que mais nos atrapalha. Nosso frete continua o mesmo e o combustível só aumenta. A conta sempre vai para nós”, afirma ele, que faz de 10 a 12 abastecimentos por mês, pois circula pela Baixada Santista, Capital de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O caminhoneiro autônomo Paulo Sérgio Henriques pede maior valorização para a classe. “Dá vontade de desistir. A sociedade não olha para as dificuldades que passamos. Com esses preços abusivos, a nossa margem de lucro só diminui”, lamenta.

Indignado com o aumento, Osanias José da Silva, que presta serviços para a ACTA Cooperativa na região da Baixada Santista, diz que “nosso país aumenta frequentemente o preço dos combustíveis e o frete não acompanha o valor”.

O caminhoneiro Lúcio Gomes Braga, que abastece de 12 a 15 vezes em um mês, vê o reajuste como um exagero. “Meu patrão já reclamou porque o frete não aumentou”, conta ele, que presta serviços para a Campoleg com o caminhão da própria empresa.


Nas bancas, jornal é mais vendido para cachorro

Gabriel Bruno 

“Hoje o que eu mais vendo é jornal para cachorro. Nunca achei que ia chegar a esse ponto”. Assim, o dono da Banca Estatua no Gonzaga em Santos,  Amâncio de Jesus Pires, resume o quadro atual do seu comercio, destaca a queda na venda de jornais às vésperas do dia do jornaleiro, comemorado amanhã, comerciantes de bancas de jornal confirmam a queda na venda.

Amâncio trabalha na banca há 44 anos e ela existe desde os anos 30. De acordo com ele, as vendas caíram sim e a cada ano que passa cai mais. “Pessoas com esses costumes de ler estão morrendo. Hoje em dia o que eu mais vendo são quadrinhos e mangas por causa dos jovens, só as velhinhas param para ver os jornais” afirma o comerciante em relação a outros produtos.

Vendedor da Banca Salomão, no bairro Vila Matias, Augusto Silva Filho, que trabalha há 7 anos no comercio, diz que as vendas só vêm caindo. “As vendas praticamente sumiram, de maio para cá caiu uns 70%, isso aconteceu quando acabaram com o expresso popular, porque a Tribuna não compram tanto e nem os jornais de São Paulo “diz.

Augusto explica que a assinatura dos veículos concorre com as bancas. “para que elas vão vir aqui se podem receber em casa. Já propus de deixarem as bancas entregarem as assinaturas, mas não adiantou”. Ele também comenta que nos dias de hoje as bancas têm que vender de tudo, se não vão fechar, “Me dou bem aqui porque tem muito comércio, aí compram para deixar para o cliente ler. Hoje, as bancas poderiam mudar de nome. Ficar só banca e tirar jornal do nome”, finaliza.

O vendedor Fernando Nekel Valente, trabalha há 3 meses na Banca Liceu, que existe há 26 anos. Ele diz que “para vender 40 jornais é uma briga. Devo vender 120 jornais por semana. Hoje vendemos mais bebidas e palavras cruzadas do que os jornais. Tento deixar o jornal o mais exposto possível, mas não adianta”, afirma.

O atacadista Isaias Silva Barreto, leitor de jornais lembra como era antigamente, quando ele era mais novo e as pessoas costumavam ler muito mais os jornais. Diz que até os mendigos andavam com um jornal antigamente. “Ler o jornal ajudava a refrescar a mente. As notícias na Internet são esquecidas facilmente. No jornal você pode voltar e ler de novo o que esqueceu”, diz.



Curso aproxima arte drag queen dos palcos

Beatriz Araujo

Ser drag queen vai além de usar uma maquiagem extravagante, peruca e salto alto. É com base neste pensamento que o diretor teatral, ator e drag queen, José Carlos Gomes, conhecido como Zecarlos, ministra o Drag Queen Curso (DQC), que oferece embasamento artístico para a área. “Damos a chance para as pessoas conhecerem o ‘universo drag’ que envolve o teatro, a dança e todo um processo interno refletido nesta performance”.

Iniciado na sexta-feira, o curso terá seu último encontro hoje, das 10 às 14 horas, no Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida), mesma locação dos três dias. Buscando expressar a potência que há nas drags, de acordo com Zecarlos, o curso oferece dinâmicas teatrais, momentos de sensibilização e, hoje, encerrará o ciclo com uma aula de maquiagem e caracterização com os 17 participantes da edição.

O projeto nasceu da percepção de que não havia algum curso voltado ao público na região. Contudo, busca apresentar a essência da arte drag para aqueles que não tem um embasamento artístico ou que não foram “adotados” por uma drag mais experiente, que acompanhe a pessoa em seus primeiros passos.

Portanto, esta foi a forma que de Zecarlos encontrou para dar espaço a este grupo. Tendo a cidade de Santos como berço, com 7 anos de existência, o DQC já contou com mais de 450 participantes, sendo itinerante por diversos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. “Não penso muito sobre como me sinto por ter levado o curso há tantas pessoas. Mas, é gratificante ver que despertei algo nas pessoas. Os participantes levam os aprendizados para a vida. Quando trabalhamos com questões humanas, é muito mais aberto para podermos nos desenvolver, é algo muito pessoal”, ressaltou.

PRESENÇA FEMININA - Apesar de, segundo o criador do Drag Queen Curso, haver mais procura de meninos da comunidade LGBTQI+ cisgêneros – ou seja, não transgêneros -, na edição desta semana a participação das mulheres foi expressiva.

A estudante Maria Luiza Brunetto, de 23 anos, participou do curso por curiosidade. “Acompanho programas na televisão e na internet com personalidades drag queen e queria vivenciar um pouco da performance e da dança delas”, disse, com admiração. Para ela, todo o processo de interação e ‘libertação’ superou suas expectativas. “Aprendi que há todo um ‘algo a mais’ na preparação das drags”.

Assim como Maria, a aposentada Ana Cristina Delmiro, de 57 anos, nunca havia tido um contato direto com a arte drag queen. Sua participação no curso teve como intuito seu desenvolvimento nos palcos. “Danço desde 2005 e se apresentar no teatro é muito diferente de treinar na sala de aula. Então estou aprendendo a ‘por pra fora’ a artista que tem dentro de mim”, destacou.







Ano novo judeu chega e falta representatividade
 na Baixada Santista

Marcela A. Morone

Das três sinagogas tradicionais da Baixada Santista, duas estão localizadas em Santos. Esse número é um reflexo da falta de representatividade da comunidade judaica nas nove cidades da Baixada. Hoje, data em que inicia o Rosh Hashaná, o ano novo judeu, apenas 50 famílias se reúnem para as celebrações nas sinagogas, sendo que a comunidade é formada por 100 famílias.

Às vésperas do ano 5779, ontem, nove judeus se preparavam para a virada na sinagoga Beit Sion, em Santos, uma casa pintada nas cores da bandeira de Israel que pode passar despercebida em meios às árvores da fachada. As celebrações do Rosh Hashaná começam com o aparecimento da primeira estrela na noite de hoje só acabará oficialmente no dia 9 de outubro, conhecido como o Dia do Perdão, ou Yom Kipur.

O publicitário Silvio Naslauski, de 67 anos, comenta que na comunidade judaica são comemorados quatro ‘anos novos’, sendo o Tu Bishvat o mais ‘diferente’. “Nos comemoramos o Tu Bishvat, o ano novo das árvores, pois acreditamos que a função do homem na terra é preservar a consciência divina. Tudo na terra tem uma alma, até as árvores”. A data é celebrada no 5º mês judeu de Shvat, equivalente a fevereiro. Ele comenta que a maioria das famílias nem aparece nas celebrações dos ‘anos novos’, geralmente só comparecem à última reza do Yom Kipur.

“Os judeus têm uma mania de achar que toda data comemorativa é a mais importante. No ano novo, nós pedimos perdão por tudo que cometemos e Deus só selará esse acordo de perdão no Yom Kipur, depois de 24 horas de jejum completo”, explica o economista Jorge Naslauski, de 67 anos, sobre os costumes e rituais que rodeiam essa data comemorativa.

Na parte gastronômica, a culinária se difere entre os judeus ashkenazim e sefradim, sendo o primeiro grupo oriundo da Europa Central e o segundo da Península Ibérica. “Os ritos são iguais, mas as comidas são diferentes. Os sefradim têm uma teor mais árabe nas comidas, porque a Península Ibérica foi invadida pelos mouros. Já os ashkenazim são mais europeus”, explica o economista.


Chuva frustra planos de exercícios na Praia do Canal 5

Matheus Chaves

Devido à chuva na manhã de ontem e a alta da maré, as atividades da Semana Move, que aconteceriam na Praia do Canal 5, foram transferidas para a praia do Gonzaga. Apesar disso, as pessoas interessadas não se frustraram totalmente porque o Sesc, organizador do evento, também realizou atividades internas.

Um dos coordenadores do evento e também dono de uma empresa de assessoria esportiva, Marcelo Netto, contou que a chuva acabou frustrando os planos de realizar as atividades no Canal 5. Sobre as atividades internas, ele disse que estavam previstos exercícios de ioga, zumba, fitdance e crossfight,

Sócio de Marcelo na empresa e também coordenador do evento, Gabriel Lofti disse que o objetivo da Semana Move é incentivar a prática de atividades físicas, visando o público de todas as idades. Na ioga de ontem, 100% dos participantes eram da Terceira Idade, o que segundo Gabriel, se deve ao fato dos frequentadores do próprio Sesc serem em sua maioria idosos. “Tem bastante idoso por ser o público daqui, mas a gente também tem atividade de mãe e bebê, pais e filhos, para todo mundo”, conta o empresário.

Ainda falando sobre a diversidade de idade buscada pelos organizadores, Gabriel conta sobre as estratégias utilizadas por ele para atrair a geração que brinca no celular e não na rua, “A divulgação do evento é função do Sesc, mas a gente tenta atrair as crianças usando a própria tecnologia, pra divulgar, mostrar que o acesso é gratuito e que temos vários horários”.

domingo, 15 de setembro de 2019


Clima de entusiasmo marca a entrega de 
kits da corrida Afrodite
Marcella Ribeiro Passaes

Ontem ocorreu a entrega do kit atleta da corrida Afrodite, que acontece hoje, em Santos. Algumas participantes demonstraram grande expectativa no momento em que foram retirá-los. Das mais experientes até as iniciantes, o clima era de animação e ao mesmo tempo ansiedade.

Com o tema na Deusa do Amor, Afrodite é uma corrida voltada apenas para mulheres e está em sua 4ª edição. Segundo a servidora pública Marilda Rosa de Almeida Lima, “é divertido pois não tem tanta competitividade como quando os homens participam [de outros eventos], além do fato que corremos e caminhamos sempre brincando umas com as outras”. Além disso, a servidora comentou que, por mais que esteja acostumada com eventos deste tipo, na noite anterior não consegue nem dormir. “É sempre como se fosse a minha primeira corrida”.

“Sempre vejo o sexo masculino sendo predominante nesses eventos, então existir um só para mulheres é algo incentivador”, comentou a aposentada Alvani Pires da Silva. A atleta mencionou também que possui mais de 300 troféus e 500 medalhas em casa. Faz por amor, apesar de não haver tanto incentivo por parte de seu filho. “Ele é sedentário, mas tudo bem, se não me incentivar, eu vou do mesmo jeito”, afirmou.

Acompanhada de seu marido, a analista de sistemas Cristiane Ribeiro Figueiras mostrou vontade de ultrapassar limites. De acordo com ela, “é prazeroso se sentir auto desafiada. Eu vou participar para superar minhas marcas, meus tempos. É importante mostrar para as mulheres que elas são capazes de vencer a si mesmas”.

As amigas aposentadas, Nilsa Oliveira Ribeiro e Sueli da Silva Bernardino, correrão juntas hoje e estão empolgadas. Contaram que receberam sempre grande apoio dos parentes para que participem destas iniciativas juntas.

Há também casos em que o amor pelo esporte não surge espontaneamente. Este é da professora Cristiana Alves Mancuso que, também acompanhada da família na entrega de kits, contou que passou a se dedicar mais a uma vida ativa após descobrir que estava com diabetes. “Hoje em dia prezo muito mais pela saúde. Eu costumo caminhar mais do que correr, ainda sou iniciante, porém quero cada vez mais ter qualidade de vida melhor”, contou. 




Falta de acessibilidade ainda prejudica 
as pessoas com deficiência
Patrícia Ande

A falta de acessibilidade de pessoas com deficiência em Santos ainda existe. Essas pessoas têm dificuldades de estudar, de usar transportes públicos, de andar pela Cidade, de arrumar emprego. O presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência em Santos, CONDEFI, Luciano Marques, de 59 anos, afirma que existem muitos passos que o governo precisa dar para que haja inclusão. O Dia Nacional da luta das pessoas com deficiência (21 de setembro) é uma data para lembrar do quanto a sociedade ainda precisa avançar nas políticas de inclusão.

O trabalho do CONDEFI é fiscalizar e propor ideias de inclusão. “O que eu sempre critico são as calçadas. Elas são públicas, mas o governo deveria criar um modelo universal para a cidade. Cada pessoa faz uma calçada diferente para sua casa e muitas delas não ajudam pessoas com deficiência física. Muitas vezes eu tive que andar no meio da rua com minha cadeira de rodas”.

Pessoas com deficiência passam por muita dificuldade nas escolas, principalmente nas públicas. Renata Marcondes da Silva, de 49 anos, é deficiente auditiva de 50% de cada lado dos ouvidos, e ela afirma que o preconceito e falta de acessibilidade a prejudicou durante sua vida, e ainda é recorrente atualmente. “Eu ficava de recuperação em algumas matérias porque os professores não sabiam me ensinar, não havia acessibilidade nenhuma na escola, eles não sabiam libras (linguagem de sinais) e eu tinha dificuldade na escrita”, relata Renata. 

PRECONCEITO - “Tinha uma menina na minha sala que tinha a mesma deficiência do que eu, e ela sofria tanto preconceito que eu comecei a ir de cabelo solto para esconder o aparelho auditivo”, afirma Renata. Os aparelhos auditivos são usados por pessoas com deficiência que são surdas, o que pode facilitar muitas vezes, e é obrigatório no trânsito de acordo com a lei. Renata afirma que não depende de semáforos de pedestres para pessoas surdas, devido ao seu aparelho, mas que esse foi um passo que pode ajudar muitas pessoas que não têm o aparelho.

Maria Lourdes Medeiros, de 55 anos, é pedagoga e mãe de uma pessoa com deficiência. Quando sua filha, Larissa Mariane Medeiros, de 25 anos, ficou surda, aos 3 anos, sem um diagnóstico preciso, ela decidiu lutar por acessibilidade por todas as pessoas com deficiência. Já foi conselheira do CONDEFI, e, em 2009, criou a Associação “Abrindo Fronteiras para a Inclusão”, que promete lutar por pessoas com qualquer tipo de deficiência. 

Atualmente, não existe tanta acessibilidade para pessoas cegas. Poucos comércios de produtos alimentícios têm menus em Braile, e quando têm, estão guardados. “Você vai em locais públicos e consegue imaginar toda dificuldade que uma pessoa com deficiência pode passar nele?”, pergunta Maria Lourdes. 





Baixa nos preços na feira não anima consumidor
Fabrizio Neitzke

Com o tempo instável no mês setembro, os preços de frutas e verduras na feira livre da Avenida Francisco Glicério, em Santos, caíram. Ainda assim, os consumidores não saem com os carrinhos mais cheios.

Produtos como tomate tiveram grande queda de preço. O quilo que, em agosto, custava em média oito reais caiu para três e cinquenta, representando uma baixa de 56%. A justificativa apresentada pelos feirantes é a questão climática. O tempo mais ameno e as típicas garoas de inverno aumentam a produção e, consequentemente, a oferta. No caso do mamão, a safra fez derrubar os valores e aumentar as vendas. A promoção de “três por dez” demonstra o contraste com o último mês, quando a unidade era vendida por seis reais.

Outras frutas, como a banana, também apresentam uma diminuição no valor. Na barraca de Luiz Martins, os cachos estão dois reais mais baratos, variando entre dois e seis reais, conforme o tamanho da dúzia. Entretanto, o comerciante afirma que não há nada de errado com a produção. “É uma estratégia de venda. Em dia de chuva, abaixamos os preços para atrair mais clientes”, explica.

Indispensável em diversas receitas, a cebola está na contramão das frutas, causando prejuízo para os consumidores. O feirante David César se viu obrigado a alterar o preço de um e cinquenta para cinco Reais pelo quilo, o que significa um aumento de mais de 300%. Segundo David, o escalonamento teve início com a greve dos caminhoneiros entre maio e junho de 2018.

Manuel Messias, que também trabalha com cebolas, afirma que a saída da safra da Argentina e o retorno da safra brasileira fez inflacionar o mercado nos últimos quatro meses. O vendedor ainda culpa outros fatores pelo aumento no preço. “Está faltando mão de obra na roça. Quem tinha 150 funcionários, hoje tem 50. O transporte também encareceu, e isso reflete no valor da banca”.

SACOLAS CHEIAS - Mesmo com a variante dos valores, os consumidores não têm notado muita diferença na hora de ir às compras. É o caso da advogada Tatiane Araújo, que vai à feira semanalmente. Acostumada a comprar “de tudo um pouco”, ela afirma gastar em média sempre a mesma quantia. Segundo ela, a queda de alguns produtos acaba sendo compensada pelo aumento de outros.

Frequentador assíduo da feira de sábado no Canal 2, o bombeiro aposentado Silvio Reinaldo da Silva defende o local como melhor opção de compras. Para ele, a concorrência das barracas garante melhores ofertas em relação aos supermercados da cidade. “A feira é muito importante. Você pode ver todos os produtos e ainda pode pechinchar”, garante.


Comerciantes da Ponta da Praia dividem opiniões quanto a modernização do bairro
João Lucas Alves

Com as obras na Ponta da Praia já acontecendo, comerciantes e trabalhadores locais vivem a expectativa de melhorias na movimentação e estrutura local. Mas, mesmo com otimismo evidente, ainda dividem opiniões quanto as consequências, da modernização, em seus estabelecimentos e postos de trabalho.

O proprietário da loja de bicicletas American Ciclo, Nelson Anastácio de 59 anos, diz que acredita no projeto de modernização, porém expressa suas críticas quanto a execução das obras. Conta que durante um tempo, teve que operar em meio período por conta das obras na calçada e que, para ele, o material é de qualidade duvidosa. Crítica, também, a mudança das pedras portuguesas presentes na orla da praia por cimento comum, dizendo que tal mudança descaracteriza a cidade de santos. “Não vai durar 50 anos. Se durar, dura um ano”.

O proprietário de uma banca de jornais, José Francisco, de 47 anos, localizada na Avenida Rei Alberto I e expressou sua indignação à mudança do fluxo e parada de ônibus na avenida para o novo terminal da Dersa, empresa responsável pela travessia de balsas entre Santos e Guarujá. Tal modificação forçará os comerciantes e ambulantes da avenida a rever sua localização, e provavelmente se relocar dentro das condições. Muitos deles não possuem tal condição e instrução sobre a alteração, e na palavra de José “todos querem saber como vão ficar”.

Porém mesmo com algumas ressalvas e críticas, o clima transparece um otimismo com a promessa da nova e moderna Ponta da Praia. A gerente da Empório Primos, Vera Lúcia, conta que “quando se tem um comércio se paga até a respiração”, se referindo a taxas e impostos. Por isso, se vê otimista quanto às mudanças. Da mesma forma o frentista do Posto Ipiranga, Josué Jeremias, de 40 anos, e o comerciante e dono de três estabelecimentos, José Francisco, o Historinha, de 46 anos, ambos em frente a travessia de barcas Santos e Guarujá, estão otimistas em relação às obras, esperando uma melhora no movimento de consumidores e estrutura do bairro.


Obras na Ponta da Praia animam imobiliárias
Matheus Chaves

Com o início das obras na Ponta da Praia, muitas coisas mudarão por lá como, por exemplo, a chegada de um novo centro de convenções, nova orla e realocação da ciclovia. Essas alterações no bairro, de uma maneira ou de outra, afetarão algumas áreas da economia na região, incluindo a parte imobiliária, que recebe as obras com otimismo.

O gerente administrativo da imobiliária “Click & Descomplique”, Adriano Vieira, que ocupa o cargo há 2 anos, comenta que a procura por imóveis na Ponta da Praia já está em alta, enquanto os preços ainda não estão no mesmo ritmo. “Já aumentou a procura, mas os preços ainda não aumentaram. Vai valorizar mais quando acabarem as obras”.

Já o dono de imobiliária no Canal 7, há 25 anos, Manoel Pinto Vasconcelos Filho, comentou sobre o histórico da Ponta da Praia e da cidade como um todo. Ele diz que as obras, claro, aumentam a procura, mas que este não é o ponto que mais soma na busca por imóveis, “De seis anos para cá, construíram-se muitos prédios de mais de 25 andares no bairro. Nenhum dos outros bairros teve um aumento desse. Não acrescentaram coisas como um todo”.

A principal empresa interessada nessas obras é a Miramar Construtora, que, para Vasconcelos Filho, é a maior responsável por esse aumento na procura de imóveis. “A Miramar é a única empresa que faz alguma coisa. Claro que eles estão fazendo isso por seja lá qual for o interesse deles, mas eles ganham com isso e a Cidade também. Por ser daqui de Santos, eles investem e o investimento fica na cidade, diferente de outras que constroem e depois vão embora para Capital e deixam tudo de lado.”

O corretor ainda fala sobre o potencial que outros bairros da Cidade possuem. “Eu me pergunto, por que as outras construtoras não fazem nada? O Centro de Santos é espetacular, por que uma construtora não vai lá e reforma as fachadas históricas? Por que não investe lá? O José Menino também tem o Orquidário e outros pontos turísticos, é outro lugar com muito potencial”.



Polêmica na Bienal do Rio não afeta venda 
de publicações LGBT em Santos
Matheus Degásperi Ojea

Até o último dia 6, a história em quadrinhos Vingadores – A Cruzada das Crianças poderia passar despercebida por pessoas que não acompanham revistas de super-heróis. Isso mudou com a tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de censurar esse e outros títulos com casais LGBT durante a Bienal do Livro. Atualmente, a publicação já é vendida por até R$199,90 no site Mercado Livre, e em Santos, o único exemplar que estava disponível na tradicional Banca Estátua foi vendido após permanecer meses nas prateleiras. O interesse pela obra, no entanto, é um caso isolado entre as demais publicações que foram afetadas pela decisão do prefeito.

“O cara veio aqui, explicou como era a revista, e a gente tinha uma”, explica o proprietário da banca, Amâncio de Jesus Pires, que apesar disso não relata procura maior por outros títulos com cenas de temática LGBT. Vendedor na livraria Realejo, Josimar Frazão, afirma que o acontecido não influenciou na procura de obras do tipo, que segundo ele já era alta. 

Por outro lado, o gerente da Livraria Nobel Alexandro Willian Barbosa, relata que a procura desses títulos não é grande em seu estabelecimento, o que também não mudou. Barbosa considera que o ocorrido na Bienal do Rio foi um caso isolado motivado por questões políticas. Frazão também considera as questões políticas envolvidas na decisão de Crivella, porém não pensa se tratar de um fato isolado, graças à polarização vivida pelo país nos últimos anos. 

A questão, para o vendedor, demonstra que a literatura está cumprindo o seu papel como incentivo ao pensamento crítico. Segundo ele, o Rio de Janeiro tem muitos problemas urgentes para o prefeito se preocupar, e a literatura LGBT não é um deles.


Comerciantes do Mercado de Peixe divergem opiniões sobre pedido de tombamento
Marcela A. Morone

O pedido de tombamento do Mercado de Peixe feito pela arquiteta Daniela Quintas, filha do arquiteto do projeto arquitetônico original, Antônio Carlos Quintas, provocou um clima de dúvida entre os permissionários dos boxes do Mercado. Caso o pedido seja oficializado, a Prefeitura de Santos não poderá mudar a localização do comércio para a Avenida Mário Covas Júnior.

Para o comerciante Arnoldo Miguel Batista, de 65 anos, e permissionário há 32 do box 7, o tombamento não afetará seu comércio. “A gente prefere ficar aqui, mas se querem colocar a gente lá, nós vamos. Não tem problema. Os clientes vão aonde a gente for”, explica.

Batista também ressalta o costume das pessoas de fazer suas compras de frutos do mar na tradicional localização da Praça Almirante Gago Coutinho. “O santista gosta de ver bastante mercadoria, mercadoria ao vivo, gosta de passar a mão. Não estão acostumados com aquela mercadoria coberta, dentro de vidro”. Para ele, a localização ao ar livre promove mais interação entre o cliente e a mercadoria.

O empresário e assíduo cliente do Mercado de Peixe, Michel Sulivan, de 27 anos, comenta a tradição familiar que permeia a história do comércio, existente desde 1982. “Essas peixarias são conhecidas internacionalmente, tem uma história por trás delas. O local é antigo e vem de geração para geração, várias famílias trabalham aqui. O pessoal tem receio do que vai acontecer”.

Em contraponto, Alexandre Reginaldo Carvalho, de 25 anos, permissionário há apenas cinco meses, afirma que o pedido de tombamento não afeta sua expectativa sobre a mudança de localização. “Até decidirem vai demorar muito, talvez nem saia do papel. Se mudarmos, o jeito de trabalhar vai mudar também, mas a minha expectativa é boa e a dos clientes também”.


Comerciantes da Rua do Peixe vivem insegurança em relação às reforma da Ponta da Praia
Beatriz Ornelas

“Vamos ter que sair daqui e eu só sei vender peixe, o que eu posso fazer agora?”. Assim, o comerciante da Rua do Peixe, Evenildo dos Santos Pereira, expressa seu sentimento em relação às reformas da Ponta da Praia, em Santos. Para ele e outros que atuam no local, mas não possuem alvará de funcionamento, a insegurança é grande, já que não poderão ocupar o novo Mercado do Peixe.

Com a instalação do novo Mercado, os vendedores de pescados da Rua do Peixe, que estão regulamentados, serão remanejados para o novo local. Porém, apenas cinco dos 24 comerciantes tem a documentação. Assim, os outros terão que desocupar o local e não sabem aonde recomeçar.

Evenildo conta que não sabe o que fazer quando for necessário sair de seu local de trabalho, em que está há 25 anos. “Esse foi o meu primeiro emprego e estou até hoje. As minhas filhas foram criadas aqui e eu não vou ter o que deixar para elas”, afirma.

Ele diz ainda que apesar de não estar incluso no processo de remanejo, a estrutura do novo local vai ser ótima aos clientes e comerciantes que terão melhores condições de atendê-los. “Estamos correndo atrás para que tudo dê certo, mas é difícil. Esperamos que o poder público não esqueça de nós. Isso faz parte da história de Santos e não pode terminar assim”, finaliza.

Já para Elaine dos Santos Cavalcante, que trabalha com a venda de frutos do mar há mais de 30 anos e está com a documentação em dia, a mudança será boa para todos, visando que terão frigoríficos específicos e o local climatizado. “Acredito que será bom para os cidadãos que gostam de pescados, porém é complicado pensar que grande parte dos nossos colegas, a maioria de anos, não vão ter o apoio e a segurança para seguirem em seu trabalho”.

PRAZO - A previsão é que em 180 dias a transferência da Rua e do Mercado de Peixes seja realizada. Assim, o futuro incerto preocupa os donos e funcionários do local, que ficam aflitos com o medo de serem retirados do dia para a noite e não poderem trabalhar.

Para a funcionária de um dos Box, que não quis se identificar, a sensação de insegurança é grande. “Eu tenho um filho de 4 anos e perco noites de sono pensando no que fazer caso apareçam aqui para nos retirarem. Somos só nós dois e eu não sei o que esperar a partir de agora. Ninguém fala nada e acabo descobrindo tudo pela TV. É um descaso”.


Às vésperas do Dia do Cliente, campanha 
do Governo aquece vendas
Lílian Rabelo

Hoje, é comemorado o Dia do Cliente, e a data marca também o fim da “Semana do Brasil”, campanha realizada pelo Governo Federal juntamente com os comerciantes de diversos setores. O objetivo é promover e estimular o consumo, e as empresas buscam aproximar o consumidor garantindo promoções e descontos imperdíveis.

“Nós investimos muito durante essa semana e houve um retorno positivo”, diz o gerente da loja varejista Pernambucanas, localizada no Centro de Santos, Osmaine Silva da Costa. Segundo ele, houve euforia por parte dos consumidores, o que para a empresa rendeu resultados positivos. “Essa semana ajudou bastante no aquecimento do mercado. Ofertas em grande escala sempre atrai o consumidor. Não sei se eles sabem de um dia voltado para eles, mas ficamos gratos pela colaboração”, diz o gerente.

A crise econômica no País reflete também dentro do comércio. Dessa forma, a iniciativa do Governo, que iniciou no dia 6 de setembro, visou aquecer a economia neste âmbito, contando ainda com o patriotismo. “Aproveitamos para ajudar os clientes. Além de ofertas, nós também oferecemos uma negociação em conta para aqueles que estão inadimplentes”, diz o gerente.

Com roupa a caráter e balões verde e amarelo, funcionários de lojas de móveis, vestuário e eletrodomésticos, atraíam clientes com promessas de produtos em até 80% de descontos. Mas, para a aposentada, Genilda da Conceição, de 58 anos, não há ampla diferença nos preços. “Eu estou reformando minha casa, então estou segurando o dinheiro ao máximo, mas resolvi aproveitar as ofertas e a diferença quase não existe, mas ainda é melhor que nada.”

RELACIONAMENTO - Atendente da lanchonete Nossa Senhora do Carmo, localizada na Universidade Católica de Santos, Juliana Rosa da Silva Santos de Oliveira, comenta sobre a relação, comércio e cliente. Ela salienta o rigor que alguns clientes possuem a respeito da qualidade dos produtos. “O cliente paga por uma coisa de qualidade, e existe aquilo que todo mundo já ouviu: o cliente sempre tem razão.” Juliana diz que os consumidores procuram sempre “pechinchar” por preços mais acessíveis ao bolso.

Já para o atendente da Livraria Loyola, também localizada na Universidade Católica de Santos, Leonardo da Costa, a relação que possui com os clientes é mais flexível. “Eles não exigem. Mas, sempre relatam suas preferências. Nós trabalhamos por encomenda, com até 20% de desconto, então é importante esse diálogo”, conta.




Obras na ciclovia da Ponta da Praia 
deslocam bicicletas para a calçada
Daniel Gois

As obras na ciclovia da Avenida Almirante Saldanha da Gama, na Ponta da Praia, próxima a travessia de balsas entre Santos e Guarujá, foram responsáveis pelo deslocamento do fluxo de bicicletas para a calçada, local também utilizado por pedestres e animais.

O técnico em eletrônica Aparecido dos Santos Porteiro, de 59 anos, costuma passear com o cachorro pelo local. Ele ressalta a necessidade de redobrar a atenção devido a mudança. “Chegou a hora de todos se doarem um pouco. É preciso se adaptar as mudanças, se não a obra não sai”, comenta.

Atenção especial é o que pede o aposentado Juarez Luiz do Nascimento, de 82 anos. “Os ciclistas precisam ter mais cuidado, porque podem causar problemas também para eles próprios”, diz Nascimento, que não concorda com a circulação de bicicletas pela calçada.

Apesar da mudança, é possível notar ciclistas trafegando na contramão do trânsito de veículos que vão para a balsa. “Pela calçada é mais seguro para nós”, afirma o ajudante de pedreiro Anselmo da Silva Freitas, de 29 anos, que vem de Praia Grande de bicicleta para trabalhar em Santos. “Não há condições de andar em um lugar melhor, então precisamos nos virar até terminar a obra”, alerta.


FGTS é uma válvula de escape para pagamento de contas
Laila Aguiar

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi liberado na sexta-feira, dia 13, para que a população possa sacar o valor de até R$500,00. O Governo Federal acredita que esse capital sacado vai estimular a economia do País. Na enquete feita ontem pela manhã, alguns dos entrevistados afirmaram, em sua grande maioria, que vão preferir pagar e adiantar contas do que gastar com produtos.

A economia conta com esse dinheiro para acelerar o ritmo do País, mas para o zelador Edison Ferreira de Matos, de 44 anos, não é bem isso. “Está incerto, o governo faz uma coisa depois outra”. Muitos brasileiros vão agir como a faxineira Ana Maria da Silva, de 45 anos. Ela conta que adiantou quatro parcelas do seu Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). “Fiquei livre”, desabafa.

Na enquete as pessoas estavam se sentindo desconfortáveis ao tocar nesse assunto. Muitos disseram que não poderiam falar ou que não gostavam do tema. Já para a dona de casa Ivete Vieira de Carvalho, de 57 anos, essa é uma forma do governo prender a população. “Não acho justo, ou dá ou não dá. Isso é um presente de grego, dá com uma mão, mas tira com a outra”.


Ações cotidianas podem prevenir Camada de Ozônio
Beatriz Araujo

Quando se fala da Camada de Ozônio, uma fina proteção em torno da Terra resultada do contato de moléculas de oxigênio com Raios Ultravioletas (UV), pouco se pensa sobre como agir para protege-la durante o dia a dia.
Amanhã (16) será comemorado o Dia Internacional de Prevenção da Camada de Ozônio e, para o biólogo e professor Ronaldo Francini, ações cotidianas podem ter um impacto positivo frente à problemática dos “buracos” na tal camada. “Podem ser liberações de gases em pequenas quantidades, mas quando pensamos que somos bilhões de pessoas, as gotinhas da torneira pingando resultam em água consumida a longa escala”, aponta.
Aparelhos que estão presentes na rotina de muitos, como o aparelho de ar-condicionado, o refrigerador e produtos em spray aerossol – como desodorantes e odorizadores de ambiente, são exemplos de pequenos atos que podem emitir clorofluorocarbonetos (CFC). Segundo Francini, estas substâncias, ao chegarem na atmosfera, fazem com que as substâncias de ozônio se transformem, novamente, em gás oxigênio. Destruindo, deste modo, a camada de proteção natural de ozônio aos poucos.
Esta falta na Camada de Ozônio é muito prejudicial, pois permite que mais raios UV cheguem à Terra. “Se nós não fizermos a prevenção, nós vamos pagar o preço. Haverá um aumento, que já existe, de doenças de pele e teremos mais casos de câncer de pele. Principalmente em países como o nosso, onde a radiação solar é muito intensa”, ressalta o biólogo.
CONFUSÃO - Acontecimentos como as expressivas queimadas que ocorreram na Amazônia este ano, durante o mês de agosto, fazem com que o termo “Camada de Ozônio” volte a ser discutido. Contudo, Ronaldo Francini diz que muitos confundem este fenômeno físico com o Aquecimento Global. “Há uma confusão não só entre a população. Inclusive professores e biólogos se confundem na hora de explicarem, por tentarem simplificar muito a questão de uma forma em que as pessoas entendam.
O Aquecimento Global é referente à emissão de gás carbono (CO2) na atmosfera. “Não há dúvida que aumentar o CO2 é o mesmo que aumentar a temperatura da Terra. Então, quando você queima florestas, além de aumentar a temperatura local e de produzir fumaça, o carbono que estava armazenado nas árvores é emitido para a atmosfera”, afirma.
Apesar de, conforme afirma o professor, os principais vilões do Aquecimento Global sejam referentes ao combustível fóssil e derivados de petróleo que são queimados com motores de explosão, por exemplo, as queimadas nas florestas também tem sua parcela de importância na problemática.
Com isso, as queimadas da Amazônia não têm uma ligação direta com os danos causados na Camada de Ozônio, pois se tratam de processos diferentes. Mas, há uma ligação indireta que não pode ser ignorada. O aumento da emissão de CO2, que influencia no aquecimento global, está ligado a dinâmica dos “buracos” da Camada de Ozônio na medida em que, por estar mais calor, as pessoas têm de recorrer mais ao uso de ar-condicionado, exemplifica Francini.


Alteração de percurso na balsa não causa problemas
Isabela Weiss

As obras na saída da balsa e a mudança do tráfego não prejudicaram os motoristas. Segundo o auxiliar de pista Rafael Monteiro Fernandes, mais alterações no trânsito começaram a serem feitas ontem, o que consequentemente provocou modificações no percurso para quem retorna do Guarujá, sendo necessária a volta em uma quadra a mais para que se chegue ao mesmo local.

Porém, apesar do percurso ser aparentemente maior, o fluxo continua fácil. Motoristas afirmam que não ficam no local muito tempo a mais do que o esperado.  Gino Fortes utiliza a balsa todos os dias para trabalhar e conta que no dia a dia o percurso atrapalha muito sua rotina, mas que nesse sábado o congestionamento não está fora do normal. “Hoje foi rápido por conta do fim de semana, pouca gente trabalha e em meio expediente, então até que está sendo tranquilo”.

Já Ricardo Luiz Perrela, que mora em Santos e trabalha no Guarujá, também faz uso da balsa diariamente e conta que para ir na prioridade leva em torno de 35 minutos. “Sempre demora, é uma ineficiência total”, afirma.


Estruturas de pedra serão atração na Trends
Gabriel Bruno

O gabião é muito usado em estradas e encostas, é uma estrutura de pedra sobre pedra feita para conter deslizamentos, podendo ter até mais de uma tonelada. Ele é feito com barras de aço, arame e britas ou rachão. O professor de Engenharia Civil e Arquitetura, Juarez Ramos da Silva propôs aos alunos produzirem com esse material projetos diferentes. As obras foram preparadas para apresentação na Trends, feira de profissões da Universidade Católicas de Santos, que acontece amanhã.
Os alunos do 6º semestre de Engenharia Civil ficaram responsáveis por produzir essas obras. Gustavo Ribeiro e Israel Junior fizeram um tipo de assento utilizando a técnica do gabião. Israel disse que a maior dificuldade foi encontrar a pedra e o tempo de preparação do projeto. “Tivemos que ir atrás das pedras em Monte Cabrão e só tivemos seis semanas de preparação para nosso projeto “diz Israel.
Outra ideia apresentada pelas aulas de Engenharia Civil, Luana Costa e Giulia Martins, foi produzir uma engrenagem com pedras de brita. Elas tiveram seis dias para a montagem e uma das maiores dificuldades do grupo foi o peso da engrenagem. “No começo a ideia do projeto era de que a engrenagem ficasse em pé, mas ela ficou muito pesada e isso atrapalhou um pouco na apresentação do nosso projeto. Não ficou como queríamos”, comenta Luana.
Hoje em dia essa técnica de pedra sobre pedra também vem sendo utilizada na arquitetura para a criação de obras de arte.  “Também estávamos com um projeto desse tipo em arquitetura, mas infelizmente não ficou pronto para a feira”, diz o professor.  
Para a produção das obras não houve dificuldades com o custo. “O custo é baixo, as pedras são baratas e por se tratar de um trabalho de faculdade, muitas pessoas até ajudaram dando os materiais. Só tivemos que comprar os arames”, finaliza  o professor.
Voltada para os alunos do ensino médio, a Trends é realizada no Campus Dom Idílio José Soares (Avenida Conselheiro Nébias, 300).