Polêmica na Bienal do Rio não
afeta venda
de publicações LGBT em Santos
Matheus Degásperi Ojea
Até o último dia 6, a história em
quadrinhos Vingadores – A Cruzada das Crianças poderia passar despercebida por
pessoas que não acompanham revistas de super-heróis. Isso mudou com a tentativa
do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de censurar esse e outros
títulos com casais LGBT durante a Bienal do Livro. Atualmente, a publicação já
é vendida por até R$199,90 no site Mercado Livre, e em Santos, o único exemplar
que estava disponível na tradicional Banca Estátua foi vendido após permanecer
meses nas prateleiras. O interesse pela obra, no entanto, é um caso isolado
entre as demais publicações que foram afetadas pela decisão do prefeito.
“O
cara veio aqui, explicou como era a revista, e a gente tinha uma”, explica o
proprietário da banca, Amâncio de Jesus Pires, que apesar disso não relata
procura maior por outros títulos com cenas de temática LGBT. Vendedor na
livraria Realejo, Josimar Frazão, afirma que o acontecido não influenciou na
procura de obras do tipo, que segundo ele já era alta.
Por
outro lado, o gerente da Livraria Nobel Alexandro Willian Barbosa, relata que a
procura desses títulos não é grande em seu estabelecimento, o que também não
mudou. Barbosa considera que o ocorrido na Bienal do Rio foi um caso isolado
motivado por questões políticas. Frazão também considera as questões políticas
envolvidas na decisão de Crivella, porém não pensa se tratar de um fato
isolado, graças à polarização vivida pelo país nos últimos anos.
A
questão, para o vendedor, demonstra que a literatura está cumprindo o seu papel
como incentivo ao pensamento crítico. Segundo ele, o Rio de Janeiro tem muitos
problemas urgentes para o prefeito se preocupar, e a literatura LGBT não é um
deles.
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