domingo, 15 de setembro de 2019


Polêmica na Bienal do Rio não afeta venda 
de publicações LGBT em Santos
Matheus Degásperi Ojea

Até o último dia 6, a história em quadrinhos Vingadores – A Cruzada das Crianças poderia passar despercebida por pessoas que não acompanham revistas de super-heróis. Isso mudou com a tentativa do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de censurar esse e outros títulos com casais LGBT durante a Bienal do Livro. Atualmente, a publicação já é vendida por até R$199,90 no site Mercado Livre, e em Santos, o único exemplar que estava disponível na tradicional Banca Estátua foi vendido após permanecer meses nas prateleiras. O interesse pela obra, no entanto, é um caso isolado entre as demais publicações que foram afetadas pela decisão do prefeito.

“O cara veio aqui, explicou como era a revista, e a gente tinha uma”, explica o proprietário da banca, Amâncio de Jesus Pires, que apesar disso não relata procura maior por outros títulos com cenas de temática LGBT. Vendedor na livraria Realejo, Josimar Frazão, afirma que o acontecido não influenciou na procura de obras do tipo, que segundo ele já era alta. 

Por outro lado, o gerente da Livraria Nobel Alexandro Willian Barbosa, relata que a procura desses títulos não é grande em seu estabelecimento, o que também não mudou. Barbosa considera que o ocorrido na Bienal do Rio foi um caso isolado motivado por questões políticas. Frazão também considera as questões políticas envolvidas na decisão de Crivella, porém não pensa se tratar de um fato isolado, graças à polarização vivida pelo país nos últimos anos. 

A questão, para o vendedor, demonstra que a literatura está cumprindo o seu papel como incentivo ao pensamento crítico. Segundo ele, o Rio de Janeiro tem muitos problemas urgentes para o prefeito se preocupar, e a literatura LGBT não é um deles.

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