domingo, 15 de setembro de 2019


Ações cotidianas podem prevenir Camada de Ozônio
Beatriz Araujo

Quando se fala da Camada de Ozônio, uma fina proteção em torno da Terra resultada do contato de moléculas de oxigênio com Raios Ultravioletas (UV), pouco se pensa sobre como agir para protege-la durante o dia a dia.
Amanhã (16) será comemorado o Dia Internacional de Prevenção da Camada de Ozônio e, para o biólogo e professor Ronaldo Francini, ações cotidianas podem ter um impacto positivo frente à problemática dos “buracos” na tal camada. “Podem ser liberações de gases em pequenas quantidades, mas quando pensamos que somos bilhões de pessoas, as gotinhas da torneira pingando resultam em água consumida a longa escala”, aponta.
Aparelhos que estão presentes na rotina de muitos, como o aparelho de ar-condicionado, o refrigerador e produtos em spray aerossol – como desodorantes e odorizadores de ambiente, são exemplos de pequenos atos que podem emitir clorofluorocarbonetos (CFC). Segundo Francini, estas substâncias, ao chegarem na atmosfera, fazem com que as substâncias de ozônio se transformem, novamente, em gás oxigênio. Destruindo, deste modo, a camada de proteção natural de ozônio aos poucos.
Esta falta na Camada de Ozônio é muito prejudicial, pois permite que mais raios UV cheguem à Terra. “Se nós não fizermos a prevenção, nós vamos pagar o preço. Haverá um aumento, que já existe, de doenças de pele e teremos mais casos de câncer de pele. Principalmente em países como o nosso, onde a radiação solar é muito intensa”, ressalta o biólogo.
CONFUSÃO - Acontecimentos como as expressivas queimadas que ocorreram na Amazônia este ano, durante o mês de agosto, fazem com que o termo “Camada de Ozônio” volte a ser discutido. Contudo, Ronaldo Francini diz que muitos confundem este fenômeno físico com o Aquecimento Global. “Há uma confusão não só entre a população. Inclusive professores e biólogos se confundem na hora de explicarem, por tentarem simplificar muito a questão de uma forma em que as pessoas entendam.
O Aquecimento Global é referente à emissão de gás carbono (CO2) na atmosfera. “Não há dúvida que aumentar o CO2 é o mesmo que aumentar a temperatura da Terra. Então, quando você queima florestas, além de aumentar a temperatura local e de produzir fumaça, o carbono que estava armazenado nas árvores é emitido para a atmosfera”, afirma.
Apesar de, conforme afirma o professor, os principais vilões do Aquecimento Global sejam referentes ao combustível fóssil e derivados de petróleo que são queimados com motores de explosão, por exemplo, as queimadas nas florestas também tem sua parcela de importância na problemática.
Com isso, as queimadas da Amazônia não têm uma ligação direta com os danos causados na Camada de Ozônio, pois se tratam de processos diferentes. Mas, há uma ligação indireta que não pode ser ignorada. O aumento da emissão de CO2, que influencia no aquecimento global, está ligado a dinâmica dos “buracos” da Camada de Ozônio na medida em que, por estar mais calor, as pessoas têm de recorrer mais ao uso de ar-condicionado, exemplifica Francini.

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