Ações cotidianas podem prevenir
Camada de Ozônio
Beatriz Araujo
Quando se fala da Camada de
Ozônio, uma fina proteção em torno da Terra resultada do contato de moléculas
de oxigênio com Raios Ultravioletas (UV), pouco se pensa sobre como agir para protege-la
durante o dia a dia.
Amanhã (16) será comemorado o Dia
Internacional de Prevenção da Camada de Ozônio e, para o biólogo e professor Ronaldo
Francini, ações cotidianas podem ter um impacto positivo frente à problemática
dos “buracos” na tal camada. “Podem ser liberações de gases em pequenas
quantidades, mas quando pensamos que somos bilhões de pessoas, as gotinhas da
torneira pingando resultam em água consumida a longa escala”, aponta.
Aparelhos que estão presentes na
rotina de muitos, como o aparelho de ar-condicionado, o refrigerador e produtos
em spray aerossol – como desodorantes e odorizadores de ambiente, são exemplos
de pequenos atos que podem emitir clorofluorocarbonetos (CFC). Segundo
Francini, estas substâncias, ao chegarem na atmosfera, fazem com que as
substâncias de ozônio se transformem, novamente, em gás oxigênio. Destruindo,
deste modo, a camada de proteção natural de ozônio aos poucos.
Esta falta na Camada de Ozônio é
muito prejudicial, pois permite que mais raios UV cheguem à Terra. “Se nós não
fizermos a prevenção, nós vamos pagar o preço. Haverá um aumento, que já
existe, de doenças de pele e teremos mais casos de câncer de pele. Principalmente
em países como o nosso, onde a radiação solar é muito intensa”, ressalta o
biólogo.
CONFUSÃO - Acontecimentos como as expressivas queimadas que
ocorreram na Amazônia este ano, durante o mês de agosto, fazem com que o termo
“Camada de Ozônio” volte a ser discutido. Contudo, Ronaldo Francini diz que
muitos confundem este fenômeno físico com o Aquecimento Global. “Há uma
confusão não só entre a população. Inclusive professores e biólogos se
confundem na hora de explicarem, por tentarem simplificar muito a questão de
uma forma em que as pessoas entendam.
O Aquecimento Global é referente
à emissão de gás carbono (CO2) na atmosfera. “Não há dúvida que aumentar o CO2
é o mesmo que aumentar a temperatura da Terra. Então, quando você queima
florestas, além de aumentar a temperatura local e de produzir fumaça, o carbono
que estava armazenado nas árvores é emitido para a atmosfera”, afirma.
Apesar de, conforme afirma o
professor, os principais vilões do Aquecimento Global sejam referentes ao
combustível fóssil e derivados de petróleo que são queimados com motores de
explosão, por exemplo, as queimadas nas florestas também tem sua parcela de
importância na problemática.
Com isso, as queimadas da
Amazônia não têm uma ligação direta com os danos causados na Camada de Ozônio,
pois se tratam de processos diferentes. Mas, há uma ligação indireta que não
pode ser ignorada. O aumento da emissão de CO2, que influencia no aquecimento
global, está ligado a dinâmica dos “buracos” da Camada de Ozônio na medida em
que, por estar mais calor, as pessoas têm de recorrer mais ao uso de
ar-condicionado, exemplifica Francini.
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