domingo, 15 de setembro de 2019


Baixa nos preços na feira não anima consumidor
Fabrizio Neitzke

Com o tempo instável no mês setembro, os preços de frutas e verduras na feira livre da Avenida Francisco Glicério, em Santos, caíram. Ainda assim, os consumidores não saem com os carrinhos mais cheios.

Produtos como tomate tiveram grande queda de preço. O quilo que, em agosto, custava em média oito reais caiu para três e cinquenta, representando uma baixa de 56%. A justificativa apresentada pelos feirantes é a questão climática. O tempo mais ameno e as típicas garoas de inverno aumentam a produção e, consequentemente, a oferta. No caso do mamão, a safra fez derrubar os valores e aumentar as vendas. A promoção de “três por dez” demonstra o contraste com o último mês, quando a unidade era vendida por seis reais.

Outras frutas, como a banana, também apresentam uma diminuição no valor. Na barraca de Luiz Martins, os cachos estão dois reais mais baratos, variando entre dois e seis reais, conforme o tamanho da dúzia. Entretanto, o comerciante afirma que não há nada de errado com a produção. “É uma estratégia de venda. Em dia de chuva, abaixamos os preços para atrair mais clientes”, explica.

Indispensável em diversas receitas, a cebola está na contramão das frutas, causando prejuízo para os consumidores. O feirante David César se viu obrigado a alterar o preço de um e cinquenta para cinco Reais pelo quilo, o que significa um aumento de mais de 300%. Segundo David, o escalonamento teve início com a greve dos caminhoneiros entre maio e junho de 2018.

Manuel Messias, que também trabalha com cebolas, afirma que a saída da safra da Argentina e o retorno da safra brasileira fez inflacionar o mercado nos últimos quatro meses. O vendedor ainda culpa outros fatores pelo aumento no preço. “Está faltando mão de obra na roça. Quem tinha 150 funcionários, hoje tem 50. O transporte também encareceu, e isso reflete no valor da banca”.

SACOLAS CHEIAS - Mesmo com a variante dos valores, os consumidores não têm notado muita diferença na hora de ir às compras. É o caso da advogada Tatiane Araújo, que vai à feira semanalmente. Acostumada a comprar “de tudo um pouco”, ela afirma gastar em média sempre a mesma quantia. Segundo ela, a queda de alguns produtos acaba sendo compensada pelo aumento de outros.

Frequentador assíduo da feira de sábado no Canal 2, o bombeiro aposentado Silvio Reinaldo da Silva defende o local como melhor opção de compras. Para ele, a concorrência das barracas garante melhores ofertas em relação aos supermercados da cidade. “A feira é muito importante. Você pode ver todos os produtos e ainda pode pechinchar”, garante.

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