domingo, 29 de setembro de 2019


Ano novo judeu chega e falta representatividade
 na Baixada Santista

Marcela A. Morone

Das três sinagogas tradicionais da Baixada Santista, duas estão localizadas em Santos. Esse número é um reflexo da falta de representatividade da comunidade judaica nas nove cidades da Baixada. Hoje, data em que inicia o Rosh Hashaná, o ano novo judeu, apenas 50 famílias se reúnem para as celebrações nas sinagogas, sendo que a comunidade é formada por 100 famílias.

Às vésperas do ano 5779, ontem, nove judeus se preparavam para a virada na sinagoga Beit Sion, em Santos, uma casa pintada nas cores da bandeira de Israel que pode passar despercebida em meios às árvores da fachada. As celebrações do Rosh Hashaná começam com o aparecimento da primeira estrela na noite de hoje só acabará oficialmente no dia 9 de outubro, conhecido como o Dia do Perdão, ou Yom Kipur.

O publicitário Silvio Naslauski, de 67 anos, comenta que na comunidade judaica são comemorados quatro ‘anos novos’, sendo o Tu Bishvat o mais ‘diferente’. “Nos comemoramos o Tu Bishvat, o ano novo das árvores, pois acreditamos que a função do homem na terra é preservar a consciência divina. Tudo na terra tem uma alma, até as árvores”. A data é celebrada no 5º mês judeu de Shvat, equivalente a fevereiro. Ele comenta que a maioria das famílias nem aparece nas celebrações dos ‘anos novos’, geralmente só comparecem à última reza do Yom Kipur.

“Os judeus têm uma mania de achar que toda data comemorativa é a mais importante. No ano novo, nós pedimos perdão por tudo que cometemos e Deus só selará esse acordo de perdão no Yom Kipur, depois de 24 horas de jejum completo”, explica o economista Jorge Naslauski, de 67 anos, sobre os costumes e rituais que rodeiam essa data comemorativa.

Na parte gastronômica, a culinária se difere entre os judeus ashkenazim e sefradim, sendo o primeiro grupo oriundo da Europa Central e o segundo da Península Ibérica. “Os ritos são iguais, mas as comidas são diferentes. Os sefradim têm uma teor mais árabe nas comidas, porque a Península Ibérica foi invadida pelos mouros. Já os ashkenazim são mais europeus”, explica o economista.

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