segunda-feira, 23 de maio de 2016



“As Rodriguianas” provocam alunos na sexta-feira 13

Texto e foto: Lucas Tavares

Provocação e movimento. O encontro inusitado entre alunos e “As Rodriguianas” marcaram com talento a noite da sexta-feira 13, durante a III Jornada de Educação e Comunicação. O Grupo Experimental de Teatro UniSantos (Gextus) trouxe o universo do dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues para o cotidiano da Universidade.

Alunos interagem com as noivas de Nelson
Amores, paixões, desilusões, atrizes e atores de todas as idades vestidos de noiva, prestaram homenagem a Nelson Rodrigues. Histórias da dramaturgia rodriguiana se mesclavam com as próprias experiências dos atores do grupo, que durante a performance encenavam brigas, discussões, conflitos e festejos.

Para a diretora do Gextus, Maria Tornatore, o teatro tem a ver com o cotidiano da vida. Segundo ela, a arte é um incomodo. Profissional de teatro desde 1980, vê nos textos de Nelson Rodrigues a realidade do jeito que ela é, pois acredita que o dramaturgo é daqueles que tiram a poeira debaixo do tapete.

NELSON - Nelson Falcão Rodrigues, natural de Pernambuco no Recife, nascido em 23 de agosto de 1912, foi jornalista, escritor e tido como um dos mais influentes dramaturgos do Brasil. A intervenção “as rodriguianas” foi uma homenagem da diretora Maria Tornatore, feita em 2012 e reimplantada na semana de comunicação e artes.            


GEXTUS - O Gextus foi criado em 1988. Ele derivou do Teatro Experimental da Faculdade de Filosofia, no qual revelou vários atores, cenógrafos e figurinistas. Atualmente é composto por alunos de diferentes cursos da Universidade, que desenvolvem atividades de leitura teatral, encenação e prática dramática em seus ensaios semanais.

sábado, 21 de maio de 2016



O choro persiste na sociedade

Texto e foto: Matheus Guimarães Lopes

Com dois violões, um bandolim e uma flauta, o trio Tecendo o Choro apresentou o que há de melhor neste que é considerado o mais importante gênero instrumental brasileiro. Numa oficina que ocorreu no dia 9 de maio na Universidade Católica de Santos, os músicos reviveram compositores iniciais do choro como Ernesto Nazareth e Joaquim Callado, visto como um dos criadores do gênero. 

A professora e integrante do trio como flautista, Cibele Odete Palopoli, que também organizou o evento, ressaltou que entre seus alunos há diversidade de gostos e preferências musicais e que isto deve-se ao fato de que eles estão globalizados. “Eu tenho uma aluna DJ de funk, por exemplo”. O violonista Dinho Nogueira citou que apesar do agravante de que a mídia não cede espaço para a música tradicional no Brasil, na maioria dos shows que participa, o choro é um estilo aceito de imediato pelas plateias que não têm contato direto. “Não tem quem não goste”. 

 Trio Tecendo o Choro - Cibele, Dinho e Zé Barbeiro

O samba e o choro, que são reconhecidos como produtos brasileiros autênticos, estão cada vez mais longe da veiculação nas indústrias fonográficas e na grande mídia, relatou a professora do curso de música da UniSantos que não se deixa levar pelo esquecimento e diz que é possível enxergar grupos que mantém a tradição como forma de expressão artística.

O jornalista e pesquisador da música brasileira, José Ramos Tinhorão, relata no livro História Social da Música Popular Brasileira que mesmo tendo sido conceituado com uma base musical europeia, o choro caracteriza-se pela união dos diferentes instrumentos concebidos durante a planificação do gênero para as classes trabalhadoras brasileiras no fim do século XIX, passando a ter um som mais refinado para as bandas e conjuntos que o executavam. 

O estudante de música Mateus Alves Torrente, de 19 anos, disse que a falta de execução dos principais ritmos nacionais nas rádios e televisões deve-se à ausência de interesse do público por uma questão de fraca divulgação por parte da própria mídia. “Falta investimento da indústria. Hoje só ouvem o que está na moda”. Edicarlos Silva, de 27 anos, estudante de Engenharia de Petróleo disse que prefere uma música de qualidade e por isso procura pela internet alternativas que tenham este ponto estabelecido. Aponta que um dos problemas persisti no estímulo para que o ouvinte conheça o choro. “A indução do incentivo é parte fundamental no processo de adoção pela sociedade jovem atual”, afirmou.

“Se o choro não ajuda, ele também não atrapalha”, afirma o compositor Dinho Nogueira que avista o panorama geral para tal estilo musical desfavorecido e salienta que cabe a estes dissidentes grupos musicais continuar com a execução do choro e outros gêneros nascidos no Brasil. 



Confiança é a base para criatividade

Texto: Gabriel Ferreira

“O que difere uma pessoa de ser criativa ou não é a própria confiança”. Assim, o publicitário Felipe Felício iniciou a sua palestra sobre ‘’Criatividade sem limites’’, no dia 13 de maio. Explicou que ser criativo nada mais é do que utilizar novas alternativas para coisas simples e todos temos a capacidade de criar. Não importa o tamanho do cliente, quem se esforça e tem foco, vai conseguir, independente do poder monetário. ‘’Ideias não tem preço’’.


Durante a palestra, Felipe disse que criatividade é repertório e percepção, quanto mais se estuda e cria, mais afinidade com essa atividade se adquire. Não há como gastar criatividade, quanto mais se usa, mais se ganha, é algo acumulativo. Ele citou o conceito D.R.E.F. – diferenciação, relevância, estima e familiaridade – que são palavras-chave para obter o sucesso desejado na hora de produzir algo neste ramo. Ele lembra que a autocensura é a maior dificuldade e isso não é exclusivo da propaganda, é normal e importante para muitas áreas, não somente as profissionais.

Campanhas publicitárias sustentáveis e corretas estão em alta. Criar diálogo com a sociedade é importante, coisas compartilhadas, tentar conectar diversos assuntos. Pode ser algo simples, desde sacolas plásticas de um mercado de bairro até banners e comerciais do Greenpeace. Conscientização é uma palavra forte e importante. Uma grande dificuldade é inovar em problemas ambientais ou assuntos delicados.

Uma dica que Felipe dá: se você quer ser mais criativo, não fique tão focado em algo, tenha calma, relaxe e não se preocupe tanto. Ser criativo não tem fórmula e as ideias surgem nos momentos e situações mais inusitadas. Pensar diferente é parte importante do processo num todo. Como mencionado no começo do texto, todos podemos ser criativos, basta se esforçar.

FELIPE FELÍCIO - Um homem não muito alto de barba mais comprida que o cabelo e de discurso claro e seguro. Felipe é publicitário, formado pela Anhembi Morumbi, já trabalhou na Agência da própria faculdade, na área de marketing, no banco Itaú, na TV Cultura e atualmente está na NOX Concept Ideas.

Não é só fazer uma musiquinha

Texto: Eduardo Jardim

Daniel Galli, um dos proprietários da ‘Panela Produções Musicais’, abriu a
palestra explicando um pouco da história da empresa, e que ela trabalha com
áudio e imagem, não sendo um trabalho simples, já que exige envolvimento de
várias pessoas, assim, logo passando a palavra para Felipe Trielli, presidente e
sócio da empresa, “Muitas pessoas acham que é só fazer uma musiquinha de
5 minutos e acabou, mas não é assim, tem muita gente envolvida no processo,
muitos gastos com direitos autorais e equipamento.” E acrescentou, “Se muitas
vezes a gente consegue fazer em 20 minutos, foi porque estudamos 20 anos
para se capacitar a esse ponto.”

Leonardo Barbosa assumiu a partir desse tema, ele, que é Projetor de
Especiais da empresa, se denomina um faz-tudo, e explicou um pouco do
trabalho deles, apresentando temas da coca cola, que contém 5 notas, e da
globo, que contém apenas 2, explicando assim que eles recebem a imagem, e
trabalham com a parte do áudio, colocando assim a vida do tema. Leonardo
apresentou ainda alguns dos comerciais que eles fizeram, como do ‘Pão de
Açúcar’ em que fizeram a música para a atriz e cantora Clarisse Falcão, do
comercial da rádio da cerveja ‘Nova Schin’, e ainda uma parte do filme ‘Star
Wars’ que eles colocaram para explicar como recebem a cena sem áudio.

A palestra aconteceu na terça-feira dia 10/05, no auditório 201, que estava
cheio, e permaneceu assim até o final da palestra. Gabriel Maravalha, 19 anos,
aluno de Publicidade explicou o motivo. “Eu acredito que vai ajudar muito a
gente como profissional futuramente, porque é essencial saber mais um
assunto nessa geração que ultrapassa apenas o limite do mercado visual,
então o pessoal se interessou bastante.” Ficou sabendo pela palestra pelo
evento no facebook,e não se arrependeu de ter ido. “Gostei bastante, eu vi no
facebook o evento e achei a ideia legal, e não me decepcionei.”


É preciso conhecer os direitos humanos

Texto e foto: Raphael Marques

“O direito que mais se aproxima da humanidade são os direitos fundamentais.” Com essa frase, o advogado e filósofo Sérgio Sérvulo da Cunha iniciou a palestra de Filosofia nos Direitos Humanos na III Jornada da Educação e Comunicação, com a mediação feita pelo filósofo e professor Diego Almeida Monsalvo e também docentes da universidade. Ele discursou sobre as vertentes dos direitos: os sociais, políticos e sociais e contextualizou justiça e a filosofia na situação atual política e social. Após a fala, a palestra foi aberta para perguntas aos visitantes.



Sérgio Sérvulo da Cunha na palestra da III Semana da Educação e
Comunicação na Unisantos

Ao referir sobre o Sistema Tribunal Federal, mencionou o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e diz que é um juiz mal-intencionado e quer proferir uma decisão que não segue as regras jurídicas. “Ele invoca princípio ao invés de normas.” Ele exemplifica o deputado, mas diz que é um erro de todo judiciário que abusa do poder que exerce. E que isso está atrelado ao direito e a moral, que são metas-processos que têm como objetivo a disciplina e a regulamentação dos demais procedimentos jurídicos, mesmo se tratando de conduta individual e social. Ou seja, a situação atual em que vivemos não utiliza as normais hierarquizadas no ordenamento jurídico, apenas os princípios individuais.

Comentou sobre as regras e a moral ao fazer referência a um juiz de futebol que exerce a profissão de acordo com as regras técnicas do esporte, mas nele é imposta a moralidade ao não permitir que agressões físicas ocorram na partida. O indivíduo pode sofrer uma condenação legal ou ilegal se infringir regras jurídicas, mas foi enfático ao dizer que a pior delas são as sanções de maldade. “Fofoca, rejeição, discriminação e exílio social você não fica sabendo do crime que cometeu.”

Sérgio fez críticas ao sistema carcerário brasileiro, dizendo que o cidadão ao cometer um crime civil ou penal deve ser passado por um processo com direito à defesa, caso for condenado deve-se pagar pela prevenção da liberdade, porém pagam uma pena da dignidade humana. “Não temos direito, somos justiceiros.” Já sobre a mídia, o filósofo diz que na sociedade há uma concentração de meios de informação que perderam espaço para propaganda. O cidadão tem direito a liberdade de informação e que nós estamos sendo fraudados a isso. A mídia fomenta a presunção da inocência, onde transmite informações vagas e manipuladoras para alienar a população que pode espalhar um equívoco criminal ou moral de uma pessoa.

EMPODERAMENTO - Segundo o filósofo, há duas grandes ameaças na sociedade atual: desigualdade – o valor social da minoria e uma sociedade maquínica onde tudo se espera de ações automáticas. Não há valores humanos presentes. Porém, se mostrou otimista em relação ao empoderamento feminino na sociedade, pois até pouco tempo na história havia restrição aos empregos e não tinham direito ao voto. Também aos jovens, mas que eles precisam ter a capacidade de organizar, pois são bastante discriminados por outros grupos sociais, o que dificulta a participação política. Sérgio acredita que dentro de alguns anos os jovens consigam deixar claro quais são as funções e direitos exigidos.

Direitos Humanos para as crianças

Texto e foto: Bruna Nunes

Tratando de assuntos variados com relação aos direitos humanos, títulos de 9 livros infantis e juvenis foram expostos em banners durante a III Jornada da Educação & Comunicação. Dentre os assuntos estão questões sobre diferenças raciais, liberdade de expressão, direito das mulheres, diferentes tipos de família, caso de refugiados, entre outros temas.

Alunos que passavam se interessavam pela proposta, como o caso de Manuela Diaz, que cursa Letras. “É importante desde cedo”, disse ela sobre as crianças saberem e aprenderem esses direitos e diferenças que existem no mundo. Barbara Fortes, outra aluna do curso, completa que nessa fase é que as crianças começam a criar seus próprios pensamentos. “Boa parte de preconceitos que as crianças demonstram são por influencia do que ouvem dos adultos".

As duas concordaram que atualmente, com momentos de intolerância que vivemos, é importante passar o respeito à diante e ficam empolgadas quando veem o livro “É tudo família!”, exposto no banner. O livro da escritora alemã Alexandra Maxeiner recebeu o Prêmio Alemão de Literatura Infantojuvenil em 2011. Em forma de histórias em quadrinhos a obra mostra crianças que vivem em famílias diferentes, filhos únicos, com irmãos, família com filho adotivo, crianças criadas pelos avós, com madrasta ou padrasto, com pais homossexuais, entre outros jeitos de família.

Os banners foram expostos na área da cantina durante a Jornada

Outro livro exposto pelos professores é o da ex-aluna da UniSantos Adriana Carranca, formada em Jornalismo. “Malala, a menina que queria ir para a escola” conta a história da jovem paquistanesa Malala, de 18 anos, que foi baleada por defender a educação feminina em seu país. A iniciativa partiu de dois professores do curso de Letras, Nivaldo Fernandes Silva, especialista em Língua Portuguesa, e a mestra Deise Maria.

OBRAS - As outras obras expostas foram: “Mandela, o africano de todas as cores”, de Alain Serres e Zaü; “Flicts”, de Ziraldo; “O que é a liberdade?”, de Renata Bueno; “Um outro país para Azzi”, de Sarah Garland; “Martin e Rosa”, de Raphaële Frier e Zaü; “A esperança é uma menina que vende frutas”, de Amrita Das; “Acompanhando meu pincel”, de Dulari Devi e Gita Wolf.

Passagem do tempo é marcada pela fotografia 

Texto e foto: Mariana Nadaleto

O tempo é efêmero, isso é fato. Uma forte evidência disso é marcada pela fotografia. Ao ver uma cena do passado e do presente, podemos perceber como as coisas mudaram. Mas também podemos ver essa mudança no avanço tecnológico da fotografia, e foi sobre isso que falaram os fotógrafos Wilson Melo e Ricardo Nogueira, no último dia 10, na Jornada de Educação e Comunicação, que aconteceu na Universidade Católica de Santos (UniSantos). 


Ambos são de dois mundos diferentes da fotografia. Nogueira começou em uma época na qual o resultado final é alcançado mais rapidamente. "Eu levo cerca de cinco segundos para enviar uma fotografia para o jornal". Já Melo passou por mais dificuldades para conquistar seus trabalhos. "Eu usava filme para fotografar. Depois ainda tinha que revelar e ampliar. Eu tinha um kit com pano preto, química, banheira e ampliador”.

Nogueira monta equipamento para mostrar ao público


Os dois se formaram na UniSantos e se entusiasmaram com a fotografia durante a faculdade. Nogueira atua como freelancer desde 2003. Em busca de visualização nacional, mandou vários trabalhos para a Folha de São Paulo, a maioria ligados ao esporte. Wilson começou sua carreira em 1979, trabalhou na Agência Reuters, Folha de São Paulo e Estadão. 


O ponto forte da noite foi quando os profissionais apresentaram seus trabalhos. Eles contaram as histórias de suas fotos e os desafios que enfrentaram para fazê-las. Para Melo, a sorte é fundamental para um fotógrafo. "O momento pode acontecer do lado oposto de onde você está. Já aconteceu de você esperar tanto por uma foto e acabar perdendo. É preciso estar na hora certa e no lugar certo".



A estudante de jornalismo Danielle Cameira se interessou pela palestra pelo fato dos fotógrafos terem trazido experiências de duas épocas tão diferentes da profissão. "Hoje o trabalho do Ricardo é muito mais rápido que o do Wilson, mas a qualidade dos dois é igual e isso é impressionante".

Outro momento marcante foram as apresentações de mágica e gaita de fole do Wilson. Segundo ele, é essencial saber fazer um pouco de tudo, pois todo conhecimento é importante. “Estudar e se aperfeiçoar é fundamental. Sempre tem campo para um bom profissional. E nunca percam o amor pelo que fazem”.

Melo mostra habilidades além da fotografia

Para eles, fotografia não é um trabalho, mas uma paixão. "Um dia na faculdade colocaram uma câmera na minha mão. Então fui aprendendo e tive certeza de que queria ser fotógrafo", explica Nogueira. Melo acabou aprendendo na marra. "Comecei como fotógrafo no jornal, gostei e não larguei mais. Para mim, o que mais me encanta é quando consigo me expressar pela foto”.

Ao abrir para perguntas, os profissionais foram questionados sobre o que é preciso para se manter no mercado, com tanta gente nova entrando. Nogueira respondeu que é preciso sempre se renovar, mudar seu olhar e seu jeito de fotografar. A edição de fotos também foi um dos assuntos abordados pelo público. Wilson afirma que atualmente há muita manipulação na fotografia. “Temos que tomar cuidado para não interferir na realidade”.

Problematização dos Direitos Humanos é 
abordado por estudantes de História

Texto e fotos: Ana Claudia Gomes

Abordado de diferentes maneiras pelos cursos de Licenciatura da Universidade Católica de Santos, os Direitos Humanos foram um tema bastante lembrado na 3ª Jornada de Educação e Comunicação. Os alunos do quinto semestre do curso de História prepararam um vídeo que trazia cenas do dia a dia retratando a problematização dos Direitos Humanos.

A aluna Rafaela Vieira, de 21 anos, explicou sobre o que se tratava a atividade. "O vídeo tem 15 minutos e traz quatro cenas relatando questões sobre os Direitos Humanos: homofobia, intolerância religiosa, racismo e violência contra mulher". Filmado na Universidade, o vídeo trouxe as situações intercaladas com a leitura dos artigos correspondentes às respectivas cenas, comprovando que as situações abordadas estão presentes na Declaração proposta pelas Nações Unidas. Sendo assim, o vídeo pode ser visto como uma crítica às atitudes preconceituosas e que desrespeitam os Direitos Humanos.

 
Estudantes do curso de História preparando a exibição do vídeo 

Doutor em História e Cultura Social pela UNESP e professor da disciplina Prática de Ensino, César Agenor Fernandes da Silva, falou que deu as opções do que poderia ser feito e os estudantes escolheram fazer o vídeo. Ele ainda comentou que a sala foi dividida em grupos para que não só todos os estudantes pudessem participar como também para entenderem um pouco sobre cinema e como funciona uma gravação.

Além disso, o professor César ainda falou que pretende continuar abordando os Direitos Humanos na matéria que leciona e também ressaltou a importância do tema. "A incorporação dos Diretos Humanos não é só na parte criminal. Eles estão presentes no dia a dia também, como na educação e na questão de igualdade de gêneros".

Público assistindo ao vídeo sobre Direitos Humanos

DIREITOS HUMANOS - Proclamado em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, com objetivo de evitar guerras e promover a paz, a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todo ser humano nasce livre e igual em direitos, independente de raça, sexo, nacionalidade, religião ou qualquer outra condição. Hoje existe muita discussão em relação aos Direitos Humanos no âmbito criminal, mas o tema vai além disso.

Licenciaturas de mãos dadas pela inclusão

Texto e Foto: Fabrício Britto

A III Jornada de Educação e Comunicação da UniSantos movimentou corredores, auditórios, salas de aula e as mãos de um grupo de alunos formado por integrantes dos cursos de Letras, Pedagogia, Música, Matemática, História, Filosofia e Biologia. Sob o comando do professor Manuel Mendes de
Carvalho Neto, responsável pela disciplina de língua brasileira de sinais (Libras), a união das licenciaturas resultou num “workshop” colorido, divertido e bastante movimentado. Os alunos apresentaram métodos e materiais pedagógicos desenvolvidos para promover a inclusão de surdos em salas de aula.

Criatividade e tecnologia aproximaram os universitários da problemática da inclusão nas escolas. Calendários, filmes educativos, jogos e materiais escolares foram desenvolvidos pelos futuros professores pensando nas grandes dificuldades que a população surda enfrenta desde a educação básica por conta da barreira do idioma. Sim! Libras é um idioma como o inglês, francês ou espanhol.


Na apresentação de todo o material, letras foram substituídas por mãos que representavam tanto o alfabeto português quanto os sinais específicos caracterizados por movimentos e expressões faciais que pertencem à estrutura gramatical da língua brasileira de sinais. Para a aluna Ana Vitória Greghi, santista, 23 anos, que está no último ano de Pedagogia, a experiência foi transformadora. “Acredito que no lúdico, alunos e professores, internalizam bem mais rápido todo aprendizado. Desenvolver este trabalho foi bem legal”, afirma orgulhosa.


Alunos das licenciaturas praticam Libras

Para o professor de História, César Agenor Fernandes, o trabalho teve relevância significativa, pois alia a questão do conhecimento histórico à inclusão. “Para a formação do professor isso é fundamental”, afirma César que logo após a entrevista participou de uma dinâmica de construção de palavras sentado no chão com outros participantes.

Aos poucos a sala ficava pequena. O número de curiosos e visitantes aumentava para orgulho do professor de libras Manuel Mendes de Carvalho Neto que, ao longo do processo de elaboração e orientação dos trabalhos, se espantou com o desenvolvimento das habilidades das licenciaturas.



Um jeito novo de fazer jornalismo


Texto:Amanda Dutra
Foto: Agência de Jornalismo

Phelipe Siani se destacou no jornalismo televisivo por romper com a mesmice dos manuais de reportagem e criar seu estilo próprio. Com isso, foi ganhando notoriedade por seu estilo informal e coloquial que utiliza em suas matérias e faz com que conduza suas reportagens de forma dinâmica e criativa, sendo considerado um modelo para a nova fase do jornalismo da Rede Globo.


O repórter da Globo, Phelipe Siani mostra suas matérias diferenciadas

Formado pela UniSantos em Jornalismo, com curso de cinema na New York Film Academy, Siani entrou na Globo em 2005, no último ano de faculdade. Chegou a passar por afiliadas e pelo SBT, voltando para a Globo em 2011 como repórter local em São Paulo. Não demorou muito e virou repórter de rede produzindo para o Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal da Globo e Fantástico. Em abril, virou exclusivo do Jornal Nacional.

No dia 9 de maio, Siani voltou para a universidade, mas desta vez para mostrar sua trajetória para aqueles que um dia sonham em chegar onde o jornalista está. Ele resalta em todos o momentos que anda ao lado da tecnologia, pois hoje seu maior inimigo são as redes sociais. "Tento inovar de uma forma mais dinâmica, hoje se o cara está assistindo o jornal e com o celular na mão, ele vai dar preferência para o celular”, afirma.

O jornalista mostrou para os estudantes reportagens que mais envolvem a tecnologia, como câmeras especiais, designer gráfico e a forma como ele brinca com as palavras. Além de métodos de como fazer uma pauta que parecia desinteressante se tornar algo interessante.

Ainda ressaltou que tem liberdade dentro da Rede Globo para fazer suas reportagens desta forma, mas desde que assuma a responsabilidade de dar ou não certo. E citou o exemplo de uma reportagem sobre economia, que apresentou em forma de uma receita de bolo para o espectador entender com mais facilidade, um assunto, que poderia ser considerado insosso, mas se tornou interessante devido à forma de abordagem feita.



Musicoterapia pode ser saída para 
problemas de aprendizagem

Texto: Carlos Eduardo Gireli

“É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança, ou adulto pode
ser criativo e utilizar sua personalidade integral, e é somente sendo criativo que
o indivíduo conhece o eu”. Foi com essa frase do pediatra e psicanalista inglês
D.W Winnicot, que a professora mestra em musicoterapia pelo Royal Welsh
College of Music and Drama, em Cardiff, Cristiane de Almeida Silva resumiu a
essência da sua palestra, no dia 11 de maio, que teve como foco principal
mostrar como a musicoterapia pode auxiliar o desenvolvimento de crianças na
sala de aula.

Segundo a professora Cristiane Silva, apesar de ainda não tão divulgada e
usada no Brasil, a musicoterapia pode ajudar alunos com dificuldades de
atenção, hiperatividade, coordenação, entre outras. A terapia por meio da
música é uma saída diante da resistência que ainda há em relação a psicologia
convencional. Ao invés da conversa convencional com um psicólogo, as
crianças se expressam por meio da composição de música, da forma como
segura o instrumento, e até na maneira como reagem a uma canção. “Crianças
que tem dificuldades para se expressar verbalmente podem encontrar na
música uma ferramenta para expor essa expressão, como uma criança que
sofre abuso, por exemplo.

Como estudo de caso, Cristiane se lembrou da história de um Menino chamado
Marcus, de 5 anos de idade, que era tímido, beliscava outras crianças, e
frustrado pelas dificuldades de se comunicar. Durante o período de
atendimento ele demonstrou a necessidade de explorar e controlar seu
ambiente (pessoas e espaços). Após seis meses de sessões periódicas, o
garoto progrediu na comunicação e interação com outras crianças.

“Essas duas necessidades foram trabalhadas durante as sessões por meio do
vínculo que foi desenvolvido entre nós, usando os instrumentos musicais, o
movimento e acima de tudo proporcionando oportunidades onde o Marcus
pudesse explorar sua criatividade e imaginação através do lúdico, do brincar”.


Segundo Cristiane, a área de educação especial abriu as portas para a

musicoterapia no Brasil. Nesse campo ela já é usada com frequência para a
melhora do desempenho escolar dos alunos.

MUSICOTERAPIA - De acordo com a UBAM (União Brasileira das
Associações de Musicoterapia), Musicoterapia é a utilização da música e/ou
seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta
qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar, e promover a
comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e
outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades
físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. 

Atualmente, onze instituições oferecem o curso específico para formar o

profissional capacitado para utilizar a música (e suas diferentes possibilidades)
com a finalidade de atender terapeuticamente a saúde das pessoas. Também
pode se tornar um profissional em musicoterapia quem tiver formação em
pedagogia ou música, podendo por meio de um mestrado estar migrando para
a área.


Dobradinha entre enfermagem e pedagogia 
motiva primeiros socorros

Texto e foto: Andressa do Vale

Em um ambiente que reproduzia uma enfermaria de um hospital, manequins estavam a postos para simulação de situações de emergência como desmaio, convulsão, engasgo e parada cardiorrespiratória. Foi assim que futuros profissionais da educação, do curso de Pedagogia, receberam, no dia 11, orientações e aprenderam na prática como agir nestes casos.

A oficina de Primeiros Socorros foi ministrada pela especialista em Enfermagem do Trabalho e Administração Hospitalar, professora Márcia Fernandes Melzer, que contou com a colaboração de quatro estudantes do 9°semestre do curso de Enfermagem. A oficina deu início com a demonstração da forma correta de higienização das mãos, onde os participantes puderam aprender os passos necessários e ali mesmo, no laboratório realizar a lavagem das mãos.

Aluno praticando o procedimento RCP(Ressuscitação Cardio Pulmonar) no manequim

Os alunos de enfermagem ensinaram e demonstraram como proceder em quatros situações de emergência: desmaio, convulsão, engasgo e parada cardiorrespiratória. É importante lembrar que antes de agir nesses casos, o primeiro passo é chamar pelo socorro profissional, pelo número de emergência 192. A cada situação, os participantes da oficina interagiam a todo momento com o dos alunos de enfermagem com perguntas, dúvidas e questionamentos de como proceder principalmente no ambiente escolar. Com as explicações dos estudantes sob a orientação da professora, as dúvidas pertinentes foram sanadas, já que muitos dos que participavam já atuam em escolas e creches.

Júlio Cesar Matias,23 anos, aluno do 9°semestre do curso de Enfermagem, mostrou-se satisfeito com a oficina. Ele que já colaborou outras vezes, relata que o aprendizado ocorre para as ambas as partes. “Eu acho muito bacana poder participar de oficina porque ensinar é aprender e fixar. Quando eu ensino as pessoas e os ajudo a aprender, automaticamente eu relembro o conteúdo e o fixo melhor”, afirmou. Já no outro lado, a estudante do 1°semestre do curso de Pedagogia, Paula Renata de Jesus, 38 anos, participante da oficina “Já atuo 15 anos na área, para mim é muito importante estar levando isso para o meu local de trabalho, pois eu trabalho com crianças de 3 a 4 anos de idade”.

Ao término da oficina, a professora Márcia Fernandes Melzer, se mostrou contente com a iniciativa, pois o propósito da oficina foi alcançado. “Foi muito válida, eles veem com muitos questionamentos, alguns já trabalham com crianças ou em creches. As dúvidas são simples, mas muito pertinentes.” A professora ainda falou a respeito da importância de oficinas de primeiros socorros, “São necessárias, pois a comunidade apresenta diversas situações que são folclóricas e que para eles passam a ser verdadeiras. Desta forma acabam repetindo ás vezes na família, ou no próprio ambiente de trabalho, de forma errônea”, diz.


A precarização do ensino básico 
é tema de pesquisas

Texto e foto: Lucas Campos Vieira

A falta de preparo dos professores foi um dos destaques de dois trabalhos apresentados na "Mesa I - Formação de Professores (egressos da Linha de Pesquisa I)", do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação, no dia 11. O espaço era destinado às apresentações das dissertações de egresso do programa.

Essa atividade contou apenas com 13 pessoas entre alunos de pedagogia, letras, mestrado e filosofia. A professora doutora Maria de Fátima Barbosa Abdalla, organizadora da mesa, acredita que um dos motivos para esse baixo número de pessoas foi o horário da palestra, que se iniciou às 16h.



Maria Angélica discute formação de professores

A primeira apresentação foi a da professora de geografia Maria Angélica Nastri de Carvalho, cujo trabalho é sobre "Representações Sociais dos Professores de Geografia a respeito de sua formação inicial". Ela pontuou que os professores se mostram desmotivados, com uma grande dificuldade em dialogar com os alunos, dificultando o aprendizado e sem sucesso para despertá-los para um senso crítico.

Por meio de uma pesquisa qualitativa nas escolas da rede estadual de São Paulo, ela observou que os professores apontam que os conteúdos de geografia são bem trabalhados na faculdade, mas há um déficit na parte de licenciatura. Eles saem sabendo sobre geografia, mas sem saber como ministrar as aulas. Critica também o estágio, que ela acredita deixar o estudante de licenciatura muito longe da realidade da escola pública estadual. Poucos o fazem, e os que fazem, não preparam o professor para a prática. "Professor só aprende a ser professor dentro da sala de aula", disse.




Patrícia defende importância da pedagogia Parfor 


A segunda pesquisa, feita pela psicóloga clínica Patrícia Lascani Yéred, discute sobre "Ser formador do curso de pedagogia Parfor", abordando a necessidade de melhorar os conhecimentos do modo de lecionar dos professores dos Ensinos Fundamental e Médio.

O Parfor, Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, pretende qualificar professores leigos da rede pública, aqueles que já lecionam, mas sem uma formação em licenciatura. O objetivo do Governo com esse programa é melhorar a educação básica brasileira, começando pela capacitação de seu corpo docente.

De jornalista a empresária

Texto e foto: Ana Carolina Dias

“O segredo é não ter medo e sempre ir em frente”. Foi assim que a jornalista
Flávia Saad, ex redatora do Jornal A Tribuna e uma das sócias proprietárias do
site Juicy Santos, iniciou a palestra feita na Universidade Católica de Santos,
no dia 12. O site Juicy teve origem através de um blog simples e hoje se tornou
um site de grande popularidade com mais de 47 mil seguidores na sua conta do facebook.

Depois de trabalhar seis anos na redação de um jornal, Flávia resolveu aceitar
o convite curioso de Ludmilla Rossi, sócia proprietária do Juicy Santos. O
convite veio através de um contado feito entre as sócias pelo twitter, após
Ludmilla sentir falta de um veículo de comunicação dedicado somente a
Santos. Inicialmente o blog fornecia informações sobre os acontecimentos de
fim de semana da região, mas hoje é um site completo que fala sobre cultura,
oportunidades, comportamento, turismo e outros.

Palestra ministrada por Flávia Saad sobre o site Juicy Santos

A jornalista citou os obstáculos que teve que vencer para chegar aonde
chegou, “minha sogra não acreditava que ia dar certo, hoje ela é uma das
primeiras a se orgulhar de mim”. Contou também sobre as dificuldades
financeiras do começo “ Às vezes nós pagávamos o salário dos nossos dois
funcionários e não sobrava nada para nós”, diz Flávia. Mas mesmo com
dificuldade, a jornalista, incentivou os alunos de comunicação social a investir
em um negócio próprio e deu uma dica importante: “ O período máximo de
investimento não deve passar de um ano”, ressaltou ela.

Flávia manifestou o interesse de expandir o projeto para outras cidades e
atender as regiões vizinhas a Santos, porém, por falta de equipe ainda não
conseguiu promover o deslocamento de repórteres para a cobertura das
matérias.



Inclusão escolar é discutida em pesquisa de Educação


Texto e fotos: Mariana Simões

O número de crianças com alguma deficiência aumentou. De acordo com o Censo 
Escolar do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2005 a 2011 cresceu 
112% o número de matrículas de crianças e jovens com algum tipo de necessidade 
especial em escolas regulares, chegando a 558 mil. Na Baixada Santista, o modo pelo qual as prefeituras fizeram para se organizar em espaço, estrutura e projetos foi tema da
pesquisa da professora de Educação Física Patrícia Regiane da Silva Furlaneto, hoje 
coordenadora da E.M. Antônio Peres Ferreira em Praia Grande. 

Segundo artigo no Caderno de Terapia Ocupacional da UFSCar, cujas autoras são 
Mariana Graziella Ide, Beatriz Tieko Yamamoto e Carla Cilene Baptista da Silva, as 
maiores dificuldades das crianças de inclusão escolar são a socialização, adaptação 
devido ao comportamento da criança, a demanda de atenção especializada, além da 
capacitação dos profissionais que, muitas vezes, não é a ideal. 


Patrícia defende que municípios deveriam se unir 

Na “Mesa II - Instituições escolares (egressos da Linha de Pesquisa II), organizada pela professora doutora Maria de Fátima Barbosa Abdalla no dia 11, Patrícia Furlaneto apresentou seu trabalho de mestrado intitulado “Políticas Públicas e Programas Municipais para a Inclusão Escolar de Pessoas com Deficiência na Região Metropolitana da Baixada Santista”, analisando as escolas públicas de nove municípios da região: Santos, Cubatão, Peruíbe, São Vicente, Mongaguá, Itanhaém, Praia Grande, Bertioga e Guarujá.  

Patrícia faz parte da linha II de pesquisa do Mestrado em Educação da Unisantos, que aborda história, gestão, avaliação, instituições e política. Em seu trabalho, a
professora destaca que seu interesse por esse assunto surgiu pela necessidade de se
comunicar com um aluno surdo de sua escola. Ela, então, decidiu fazer, por conta própria, um curso de Libras. Mas, segundo ela, esse assunto aumentou sua curiosidade para pesquisar como as prefeituras lidam com essas crianças. E foi por conta dessa curiosidade que Patrícia resolveu começar seu mestrado. O trabalho de analisar e comparar as estruturas de nove municípios da Baixada Santista é o primeiro nesse âmbito. 

Com 13 pessoas presentes na sala, a professora mostrou que as prefeituras se 
organizam de maneiras diferentes. Divergem, inclusive, no momento da contratação de 
profissionais para atuarem com essas crianças. Alguns preferem estagiários, outros 
professores formados, alguns outros ainda psicólogos e tradutores. 

Patrícia apresentou seu trabalho sobre inclusão escolar na Baixada 

A estrutura de trabalho também tem particularidades. Enquanto Itanhaém possui um
setor pedagógico – com psicólogos e fonoaudiólogos – específico para esses alunos, em
Bertioga os professores de AEE (Atendimento Educacional Especializado) elabora
atividades especiais para serem feitas na sala regular. Em Santos, há inclusive 
atendimentos domiciliares e outros especializados para surdos. Ou seja, cada município 
possui especificidades diferentes para ajudar na inclusão escolar de seus alunos 
portadores de deficiência. 

Mas Patrícia destaca que os municípios poderiam se ajudar nesse sentido. Para ela, os nove municípios deveriam se juntar e fazer com as melhores ideias presentes em cada município sejam implementadas em todos. “Assim, os maiores beneficiários seriam justamente, as crianças do programa de inclusão”.


Para isso, as prefeituras deveriam dialogar e se movimentar. Mudar, reestruturar e reorganizar. Fazendo como Albert Einstein disse na frase com a qual Patrícia terminou sua apresentação. “A vida é como andar de bicicleta. Para ter equilíbrio, você tem que se manter em movimento”. Nunca se conformar, sempre melhorar. Afinal, educar é conduzir o que há dentro do professor, para fora, buscando sempre o melhor para os alunos.

Uma viagem à literatura fantástica

Texto e foto: Isabella Pajón

A palavra adesivada na porta já dizia qual era o destino: fantástico. De um
lado, castelos, carruagens, sapatinhos e vestidos de princesa. Do outro,
quadros sombrios, velas, roupas rasgadas e muito sangue. A recepção era
feita por Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel, mas bem atrás, também
estavam Freddy Krueger e outros companheiros. Esta era a classe temática
multimídia dos alunos do 3º semestre do curso de Letras, que conseguiram
trazer da sala de aula a compreensão sobre uma matéria chamada “Literatura
Fantástica”, do filósofo e linguista búlgaro, Tzvetan Todorov, durante a III
Jornada de Educação e Comunicação, que aconteceu no dia 12 de maio.

Dividindo o mundo entre o maravilhoso e o estranho, o tema buscou
mostrar a excitação sob um universo sem explicação, os contos de fadas tão
sonhados. A disciplina agradou tanto os alunos, que a decisão de reproduzi-la
ficou ainda mais fácil, principalmente com o apoio de duas professoras, Rosa
Maria Valente Fernandes, doutora em letras pela Universidade de São Paulo e
especialista em literaturas estrangeiras, e Emerlinda Maura Chezzi, mestre em
Letras pela Universidade de Stanford/USA com especialidade em educação
superior e instituições educacionais. Rosa Maria contou estar extremamente
feliz em ver o interesse da turma pela literatura. “Quando algo não pode ser
dito, a literatura fala”. Cinderela, ou melhor, Naiara Cristina de Moraes de 25
anos, entrou no personagem e disse que foi um investimento, tudo, para
demonstrar a sensação que é viver em um lugar diferente.

Conto de fadas e mundo estranho, personagens da sala multimídia literatura fantástica

Foi preparada uma peça teatral, que acontecia a cada 20 minutos. A
apresentação era de total participação do mundo estranho. Lá, não cabiam
princesas. Murilo Barros de 19 anos, um dos monstros, escreveu toda a história
e dividiu com os colegas. Sua inspiração foi um livro de gosto pessoal, o Lolita.
“Isso nos arranca do mundo. Uma utopia que eu gostaria de viver”, contou ele.
A felicidade estava estampada nos rostos dos futuros professores,
linguistas, pesquisadores, revisores ou o que desejarem ser. O trabalho árduo
de Maria Gabriela de Souza de 20 anos, valeu a pena. Ela não era princesa,
muito menos vinha do mundo estranho, mas foi quem cortou e colou cada
carruagem. Cinco minutos antes da apresentação, ela estava em cima de uma
cadeira colocando as flores no jardim da Branca de Neve. “Agora está valendo
a pena, ver tudo pronto, após tanto trabalho”.

Coordenadores, professores e alunos que passavam por ali não deixavam
de registrar a inédita aparição dos personagens. Fotos e mais fotos para a
coleção, além da curiosidade em saber do que se tratava. As princesas
também passearam pelos corredores, atração que chamou bastante atenção.
Danielle de Souza de 24 anos, tirou foto de tudo e todos. “A decoração, as
roupas, tá show. É um mundo mágico”.

As apresentações e aparições duraram três horas, depois, assim como
nos contos, a carruagem virou abóbora e todos se despediram da experiência
proporcionada pela vida acadêmica.
 

Oficina orienta a ser editor de textos

Texto por: Catarina Del Corso Corrêa


Oficina abre turma extra, mas, na turma principal não comparece nem metade dos inscritos. Comprometimento, essa é a palavra que falta para os 40 alunos inscritos na oficina “Prática de Edição de Textos”, da qual 17 compareceram e um desses chegou dez minutos antes de terminar o primeiro dia do workshop ministrado pela professora dos cursos de Letras e Tradução e Interpretação da UNISANTOS, Graziela Casagrande.


A oficina começou exatamente as 21h10 e terminou 22h22 e se manteve animada do início ao fim. Quase todos os alunos são do curso de Letras, com exceção de uma, que faz Jornalismo. Matheus Felipe do primeiro semestre do curso de Letras, disse que só se inscreveu para essa oficina, pois, foi a única que chamou a atenção dele, que também servirá para aperfeiçoar sua técnica de edição. Matheus e a aluna Lizandra Alves têm planos em comum, assim que terminarem o curso de Letras fazer Jornalismo.

Na verdade, Matheus pretende mudar de curso logo que o semestre acabar, para Interpretação, pois, de acordo com ele, não quer ser professor e sim revisor, editar textos e fazer tirinhas A professora Graziela é professora da universidade há cinco anos e participou no ano passado da semana de EduComunicação ministrando uma oficina de mesmo nome, porém, em conjunto com a professora Rosário (que não esteve presente esse ano).


De acordo com o site especialista em tecnologia, TecMundo, era trabalho braçal o de revisar textos, corrigir documentos, constatar erros, porém, com essa nova era e os programas de computador mais evoluídos, eles têm assumido cada vez mais o papel do revisor braçal, por um revisor no computador! Na matéria, há dicas do site baixaki e do tecmundo para a produção e correção do texto. Porém, a utilidade da oficina é bem vista pela aluna Lizandra da qual contou que a oficina lhe ajuda tanto em Letras como em Jornalismo e que ela quer entender melhor a parte de produção de texto.


“No fim das contas não foi uma oficina prática ano passado (como teria que ser) e esse ano tentarei fazer com que a prática aconteça. Pode anotar aí, essa é a última vez que eu tento dar a oficina prática (risos), porque falo demais e acabo dando só a teoria”, disse Graziela que ultrapassou dez minutos do tempo previsto, contudo, conseguiu dar toda teoria e deixou a prática para o segundo dia de oficina que acontece nesta quinta (12/05). O que não se deu ano passado em 2015, que junto com a outra professora do curso de Letras, teve dois dias que não foram suficientes para a prática, visto o tamanho do conteúdo teórico.

Se o aluno inscrito faltou no primeiro dia, não será impedido de comparecer ao segundo dia, porém, deixará de entender muita teoria e dados importantes de como ser um bom revisor e saber mexer na ferramenta Word. O curso é uma noção de trabalho de revisor, norma culta, gramática e no segundo dia, parte prática. E dividido em dois dias, não se torna cansativo e sobra tempo para o aluno participar de outras palestras e oficinas de seu interesse.