sábado, 21 de maio de 2016



Inclusão escolar é discutida em pesquisa de Educação


Texto e fotos: Mariana Simões

O número de crianças com alguma deficiência aumentou. De acordo com o Censo 
Escolar do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2005 a 2011 cresceu 
112% o número de matrículas de crianças e jovens com algum tipo de necessidade 
especial em escolas regulares, chegando a 558 mil. Na Baixada Santista, o modo pelo qual as prefeituras fizeram para se organizar em espaço, estrutura e projetos foi tema da
pesquisa da professora de Educação Física Patrícia Regiane da Silva Furlaneto, hoje 
coordenadora da E.M. Antônio Peres Ferreira em Praia Grande. 

Segundo artigo no Caderno de Terapia Ocupacional da UFSCar, cujas autoras são 
Mariana Graziella Ide, Beatriz Tieko Yamamoto e Carla Cilene Baptista da Silva, as 
maiores dificuldades das crianças de inclusão escolar são a socialização, adaptação 
devido ao comportamento da criança, a demanda de atenção especializada, além da 
capacitação dos profissionais que, muitas vezes, não é a ideal. 


Patrícia defende que municípios deveriam se unir 

Na “Mesa II - Instituições escolares (egressos da Linha de Pesquisa II), organizada pela professora doutora Maria de Fátima Barbosa Abdalla no dia 11, Patrícia Furlaneto apresentou seu trabalho de mestrado intitulado “Políticas Públicas e Programas Municipais para a Inclusão Escolar de Pessoas com Deficiência na Região Metropolitana da Baixada Santista”, analisando as escolas públicas de nove municípios da região: Santos, Cubatão, Peruíbe, São Vicente, Mongaguá, Itanhaém, Praia Grande, Bertioga e Guarujá.  

Patrícia faz parte da linha II de pesquisa do Mestrado em Educação da Unisantos, que aborda história, gestão, avaliação, instituições e política. Em seu trabalho, a
professora destaca que seu interesse por esse assunto surgiu pela necessidade de se
comunicar com um aluno surdo de sua escola. Ela, então, decidiu fazer, por conta própria, um curso de Libras. Mas, segundo ela, esse assunto aumentou sua curiosidade para pesquisar como as prefeituras lidam com essas crianças. E foi por conta dessa curiosidade que Patrícia resolveu começar seu mestrado. O trabalho de analisar e comparar as estruturas de nove municípios da Baixada Santista é o primeiro nesse âmbito. 

Com 13 pessoas presentes na sala, a professora mostrou que as prefeituras se 
organizam de maneiras diferentes. Divergem, inclusive, no momento da contratação de 
profissionais para atuarem com essas crianças. Alguns preferem estagiários, outros 
professores formados, alguns outros ainda psicólogos e tradutores. 

Patrícia apresentou seu trabalho sobre inclusão escolar na Baixada 

A estrutura de trabalho também tem particularidades. Enquanto Itanhaém possui um
setor pedagógico – com psicólogos e fonoaudiólogos – específico para esses alunos, em
Bertioga os professores de AEE (Atendimento Educacional Especializado) elabora
atividades especiais para serem feitas na sala regular. Em Santos, há inclusive 
atendimentos domiciliares e outros especializados para surdos. Ou seja, cada município 
possui especificidades diferentes para ajudar na inclusão escolar de seus alunos 
portadores de deficiência. 

Mas Patrícia destaca que os municípios poderiam se ajudar nesse sentido. Para ela, os nove municípios deveriam se juntar e fazer com as melhores ideias presentes em cada município sejam implementadas em todos. “Assim, os maiores beneficiários seriam justamente, as crianças do programa de inclusão”.


Para isso, as prefeituras deveriam dialogar e se movimentar. Mudar, reestruturar e reorganizar. Fazendo como Albert Einstein disse na frase com a qual Patrícia terminou sua apresentação. “A vida é como andar de bicicleta. Para ter equilíbrio, você tem que se manter em movimento”. Nunca se conformar, sempre melhorar. Afinal, educar é conduzir o que há dentro do professor, para fora, buscando sempre o melhor para os alunos.

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