sábado, 21 de maio de 2016


Uma viagem à literatura fantástica

Texto e foto: Isabella Pajón

A palavra adesivada na porta já dizia qual era o destino: fantástico. De um
lado, castelos, carruagens, sapatinhos e vestidos de princesa. Do outro,
quadros sombrios, velas, roupas rasgadas e muito sangue. A recepção era
feita por Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel, mas bem atrás, também
estavam Freddy Krueger e outros companheiros. Esta era a classe temática
multimídia dos alunos do 3º semestre do curso de Letras, que conseguiram
trazer da sala de aula a compreensão sobre uma matéria chamada “Literatura
Fantástica”, do filósofo e linguista búlgaro, Tzvetan Todorov, durante a III
Jornada de Educação e Comunicação, que aconteceu no dia 12 de maio.

Dividindo o mundo entre o maravilhoso e o estranho, o tema buscou
mostrar a excitação sob um universo sem explicação, os contos de fadas tão
sonhados. A disciplina agradou tanto os alunos, que a decisão de reproduzi-la
ficou ainda mais fácil, principalmente com o apoio de duas professoras, Rosa
Maria Valente Fernandes, doutora em letras pela Universidade de São Paulo e
especialista em literaturas estrangeiras, e Emerlinda Maura Chezzi, mestre em
Letras pela Universidade de Stanford/USA com especialidade em educação
superior e instituições educacionais. Rosa Maria contou estar extremamente
feliz em ver o interesse da turma pela literatura. “Quando algo não pode ser
dito, a literatura fala”. Cinderela, ou melhor, Naiara Cristina de Moraes de 25
anos, entrou no personagem e disse que foi um investimento, tudo, para
demonstrar a sensação que é viver em um lugar diferente.

Conto de fadas e mundo estranho, personagens da sala multimídia literatura fantástica

Foi preparada uma peça teatral, que acontecia a cada 20 minutos. A
apresentação era de total participação do mundo estranho. Lá, não cabiam
princesas. Murilo Barros de 19 anos, um dos monstros, escreveu toda a história
e dividiu com os colegas. Sua inspiração foi um livro de gosto pessoal, o Lolita.
“Isso nos arranca do mundo. Uma utopia que eu gostaria de viver”, contou ele.
A felicidade estava estampada nos rostos dos futuros professores,
linguistas, pesquisadores, revisores ou o que desejarem ser. O trabalho árduo
de Maria Gabriela de Souza de 20 anos, valeu a pena. Ela não era princesa,
muito menos vinha do mundo estranho, mas foi quem cortou e colou cada
carruagem. Cinco minutos antes da apresentação, ela estava em cima de uma
cadeira colocando as flores no jardim da Branca de Neve. “Agora está valendo
a pena, ver tudo pronto, após tanto trabalho”.

Coordenadores, professores e alunos que passavam por ali não deixavam
de registrar a inédita aparição dos personagens. Fotos e mais fotos para a
coleção, além da curiosidade em saber do que se tratava. As princesas
também passearam pelos corredores, atração que chamou bastante atenção.
Danielle de Souza de 24 anos, tirou foto de tudo e todos. “A decoração, as
roupas, tá show. É um mundo mágico”.

As apresentações e aparições duraram três horas, depois, assim como
nos contos, a carruagem virou abóbora e todos se despediram da experiência
proporcionada pela vida acadêmica.

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