sábado, 21 de maio de 2016


Passagem do tempo é marcada pela fotografia 

Texto e foto: Mariana Nadaleto

O tempo é efêmero, isso é fato. Uma forte evidência disso é marcada pela fotografia. Ao ver uma cena do passado e do presente, podemos perceber como as coisas mudaram. Mas também podemos ver essa mudança no avanço tecnológico da fotografia, e foi sobre isso que falaram os fotógrafos Wilson Melo e Ricardo Nogueira, no último dia 10, na Jornada de Educação e Comunicação, que aconteceu na Universidade Católica de Santos (UniSantos). 


Ambos são de dois mundos diferentes da fotografia. Nogueira começou em uma época na qual o resultado final é alcançado mais rapidamente. "Eu levo cerca de cinco segundos para enviar uma fotografia para o jornal". Já Melo passou por mais dificuldades para conquistar seus trabalhos. "Eu usava filme para fotografar. Depois ainda tinha que revelar e ampliar. Eu tinha um kit com pano preto, química, banheira e ampliador”.

Nogueira monta equipamento para mostrar ao público


Os dois se formaram na UniSantos e se entusiasmaram com a fotografia durante a faculdade. Nogueira atua como freelancer desde 2003. Em busca de visualização nacional, mandou vários trabalhos para a Folha de São Paulo, a maioria ligados ao esporte. Wilson começou sua carreira em 1979, trabalhou na Agência Reuters, Folha de São Paulo e Estadão. 


O ponto forte da noite foi quando os profissionais apresentaram seus trabalhos. Eles contaram as histórias de suas fotos e os desafios que enfrentaram para fazê-las. Para Melo, a sorte é fundamental para um fotógrafo. "O momento pode acontecer do lado oposto de onde você está. Já aconteceu de você esperar tanto por uma foto e acabar perdendo. É preciso estar na hora certa e no lugar certo".



A estudante de jornalismo Danielle Cameira se interessou pela palestra pelo fato dos fotógrafos terem trazido experiências de duas épocas tão diferentes da profissão. "Hoje o trabalho do Ricardo é muito mais rápido que o do Wilson, mas a qualidade dos dois é igual e isso é impressionante".

Outro momento marcante foram as apresentações de mágica e gaita de fole do Wilson. Segundo ele, é essencial saber fazer um pouco de tudo, pois todo conhecimento é importante. “Estudar e se aperfeiçoar é fundamental. Sempre tem campo para um bom profissional. E nunca percam o amor pelo que fazem”.

Melo mostra habilidades além da fotografia

Para eles, fotografia não é um trabalho, mas uma paixão. "Um dia na faculdade colocaram uma câmera na minha mão. Então fui aprendendo e tive certeza de que queria ser fotógrafo", explica Nogueira. Melo acabou aprendendo na marra. "Comecei como fotógrafo no jornal, gostei e não larguei mais. Para mim, o que mais me encanta é quando consigo me expressar pela foto”.

Ao abrir para perguntas, os profissionais foram questionados sobre o que é preciso para se manter no mercado, com tanta gente nova entrando. Nogueira respondeu que é preciso sempre se renovar, mudar seu olhar e seu jeito de fotografar. A edição de fotos também foi um dos assuntos abordados pelo público. Wilson afirma que atualmente há muita manipulação na fotografia. “Temos que tomar cuidado para não interferir na realidade”.

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