sábado, 21 de maio de 2016




Musicoterapia pode ser saída para 
problemas de aprendizagem

Texto: Carlos Eduardo Gireli

“É no brincar, e somente no brincar, que o individuo, criança, ou adulto pode
ser criativo e utilizar sua personalidade integral, e é somente sendo criativo que
o indivíduo conhece o eu”. Foi com essa frase do pediatra e psicanalista inglês
D.W Winnicot, que a professora mestra em musicoterapia pelo Royal Welsh
College of Music and Drama, em Cardiff, Cristiane de Almeida Silva resumiu a
essência da sua palestra, no dia 11 de maio, que teve como foco principal
mostrar como a musicoterapia pode auxiliar o desenvolvimento de crianças na
sala de aula.

Segundo a professora Cristiane Silva, apesar de ainda não tão divulgada e
usada no Brasil, a musicoterapia pode ajudar alunos com dificuldades de
atenção, hiperatividade, coordenação, entre outras. A terapia por meio da
música é uma saída diante da resistência que ainda há em relação a psicologia
convencional. Ao invés da conversa convencional com um psicólogo, as
crianças se expressam por meio da composição de música, da forma como
segura o instrumento, e até na maneira como reagem a uma canção. “Crianças
que tem dificuldades para se expressar verbalmente podem encontrar na
música uma ferramenta para expor essa expressão, como uma criança que
sofre abuso, por exemplo.

Como estudo de caso, Cristiane se lembrou da história de um Menino chamado
Marcus, de 5 anos de idade, que era tímido, beliscava outras crianças, e
frustrado pelas dificuldades de se comunicar. Durante o período de
atendimento ele demonstrou a necessidade de explorar e controlar seu
ambiente (pessoas e espaços). Após seis meses de sessões periódicas, o
garoto progrediu na comunicação e interação com outras crianças.

“Essas duas necessidades foram trabalhadas durante as sessões por meio do
vínculo que foi desenvolvido entre nós, usando os instrumentos musicais, o
movimento e acima de tudo proporcionando oportunidades onde o Marcus
pudesse explorar sua criatividade e imaginação através do lúdico, do brincar”.


Segundo Cristiane, a área de educação especial abriu as portas para a

musicoterapia no Brasil. Nesse campo ela já é usada com frequência para a
melhora do desempenho escolar dos alunos.

MUSICOTERAPIA - De acordo com a UBAM (União Brasileira das
Associações de Musicoterapia), Musicoterapia é a utilização da música e/ou
seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta
qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar, e promover a
comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e
outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades
físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. 

Atualmente, onze instituições oferecem o curso específico para formar o

profissional capacitado para utilizar a música (e suas diferentes possibilidades)
com a finalidade de atender terapeuticamente a saúde das pessoas. Também
pode se tornar um profissional em musicoterapia quem tiver formação em
pedagogia ou música, podendo por meio de um mestrado estar migrando para
a área.

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