Comerciantes do Mercado de Peixe
divergem opiniões sobre pedido de tombamento
Marcela A. Morone
O pedido de tombamento do Mercado
de Peixe feito pela arquiteta Daniela Quintas, filha do arquiteto do projeto
arquitetônico original, Antônio Carlos Quintas, provocou um clima de dúvida
entre os permissionários dos boxes do Mercado. Caso o pedido seja oficializado,
a Prefeitura de Santos não poderá mudar a localização do comércio para a
Avenida Mário Covas Júnior.
Para o comerciante Arnoldo Miguel
Batista, de 65 anos, e permissionário há 32 do box 7, o tombamento não afetará
seu comércio. “A gente prefere ficar aqui, mas se querem colocar a gente lá,
nós vamos. Não tem problema. Os clientes vão aonde a gente for”, explica.
Batista também ressalta o costume
das pessoas de fazer suas compras de frutos do mar na tradicional localização
da Praça Almirante Gago Coutinho. “O santista gosta de ver bastante mercadoria,
mercadoria ao vivo, gosta de passar a mão. Não estão acostumados com aquela
mercadoria coberta, dentro de vidro”. Para ele, a localização ao ar livre
promove mais interação entre o cliente e a mercadoria.
O empresário e assíduo cliente do
Mercado de Peixe, Michel Sulivan, de 27 anos, comenta a tradição familiar que
permeia a história do comércio, existente desde 1982. “Essas peixarias são
conhecidas internacionalmente, tem uma história por trás delas. O local é
antigo e vem de geração para geração, várias famílias trabalham aqui. O pessoal
tem receio do que vai acontecer”.
Em contraponto, Alexandre
Reginaldo Carvalho, de 25 anos, permissionário há apenas cinco meses, afirma
que o pedido de tombamento não afeta sua expectativa sobre a mudança de
localização. “Até decidirem vai demorar muito, talvez nem saia do papel. Se
mudarmos, o jeito de trabalhar vai mudar também, mas a minha expectativa é boa
e a dos clientes também”.
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