domingo, 15 de setembro de 2019


Comerciantes do Mercado de Peixe divergem opiniões sobre pedido de tombamento
Marcela A. Morone

O pedido de tombamento do Mercado de Peixe feito pela arquiteta Daniela Quintas, filha do arquiteto do projeto arquitetônico original, Antônio Carlos Quintas, provocou um clima de dúvida entre os permissionários dos boxes do Mercado. Caso o pedido seja oficializado, a Prefeitura de Santos não poderá mudar a localização do comércio para a Avenida Mário Covas Júnior.

Para o comerciante Arnoldo Miguel Batista, de 65 anos, e permissionário há 32 do box 7, o tombamento não afetará seu comércio. “A gente prefere ficar aqui, mas se querem colocar a gente lá, nós vamos. Não tem problema. Os clientes vão aonde a gente for”, explica.

Batista também ressalta o costume das pessoas de fazer suas compras de frutos do mar na tradicional localização da Praça Almirante Gago Coutinho. “O santista gosta de ver bastante mercadoria, mercadoria ao vivo, gosta de passar a mão. Não estão acostumados com aquela mercadoria coberta, dentro de vidro”. Para ele, a localização ao ar livre promove mais interação entre o cliente e a mercadoria.

O empresário e assíduo cliente do Mercado de Peixe, Michel Sulivan, de 27 anos, comenta a tradição familiar que permeia a história do comércio, existente desde 1982. “Essas peixarias são conhecidas internacionalmente, tem uma história por trás delas. O local é antigo e vem de geração para geração, várias famílias trabalham aqui. O pessoal tem receio do que vai acontecer”.

Em contraponto, Alexandre Reginaldo Carvalho, de 25 anos, permissionário há apenas cinco meses, afirma que o pedido de tombamento não afeta sua expectativa sobre a mudança de localização. “Até decidirem vai demorar muito, talvez nem saia do papel. Se mudarmos, o jeito de trabalhar vai mudar também, mas a minha expectativa é boa e a dos clientes também”.

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