segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Iniciação científica é uma alternativa aos jovens


Juliana Steil

Jovens encontram na iniciação científica uma alternativa ao mercado de trabalho comum, onde, com uma personalidade curiosa e a pesquisa, estarão sempre aprendendo e evoluindo. Além disso, eles podem participar de todo o processo de criação e desenvolvimento de determinado produto.

Em meio a diversos aparelhos eletrônicos, chips e placas metálicas, o estudante Arthur Gabriel Ramos Santos, de 18 anos, tenta explicar aos visitantes curiosos da Católica TRENDS, para o quê serve cada aparelho exposto. Mesmo tímido, ele fala com propriedade, e não é para menos: fez parte da turma que os desenvolveu.

Na iniciação científica desde o começo deste ano, Arthur concilia o que aprende em seu curso de eletrônica, na Escola Técnica (ETEC) Aristóteles Ferreira, com o que vê nas pesquisas. “Quando eu não entendo algo na teoria no curso da ETEC, pergunto por aqui e acabo entendendo na prática”.

“Participei de todas as etapas de desenvolvimento do projeto de um chip de quatro milímetros que transmite dados”, afirma o orgulhoso Walter Silva Oliveira, de 19 anos, que conheceu o programa através do incentivo da escola em que estudava, ETEC Aristóteles Ferreira, enquanto cursava eletrônica. “Agora, nosso projeto está sendo executado em uma fábrica na China. Quando voltar, iremos testá-lo. Estou ansioso”.

CARREIRA CIENTÍFICA - Atualmente, cursando Engenharia da Comunicação na Universidade Federal do ABC, em Santo André, Oliveira se orgulha de ter iniciado sua carreira científica e pensa em viver de pesquisas, mas confessa ter “caído” de surpresa nessa área. “Fiz a prova e a entrevista na seleção sem pretensão alguma. Não sabia como funcionava direito, como a maioria dos adolescentes. Me surpreendi com o quanto que eu gostei de estar aqui. ”

No processo de iniciação científica, os alunos do Ensino Médio ou da graduação recebem orientações de um professor pesquisador na área e, na maioria dos casos, participam de encontros coletivos durante o período para aprofundar seus conhecimentos e trocar experiências, conhecer metodologias e técnicas para propor novas análises ou descobertas com raciocínio crítico mais desenvolvido.

De acordo com o estudante Lucas Obrien Oliveira Silva, de 19 anos, na iniciação científica o jovem aprende a ter senso crítico. “Você precisa olhar determinado assunto, questionar as atitudes e métodos utilizados e procurar novas soluções, criando você mesmo”, afirma. “Hoje, curso Engenharia Elétrica na Unisanta. Eu gostaria de continuar estudando aqui, mas a UniSantos não tem esse curso”, lamenta. 

Ele já está de olho no próximo passo: a carreira. Ele quer seguir a linha de pesquisa e, por isso, pensa em seu doutorado. “Quero subir todos os degraus possíveis e viver de pesquisa”, afirma.
Os dois, que já concluíram o período de pesquisa da iniciação científica, continuam a visitar a UniSantos em reuniões com o grupo pelo menos uma vez por semana. “Já nos tornamos uma família e a pesquisa nunca termina. Sempre temos dúvidas ou novas propostas”, diz Silva.

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