Juliana Steil
Jovens encontram na iniciação científica uma alternativa ao
mercado de trabalho comum, onde, com uma personalidade curiosa e a pesquisa,
estarão sempre aprendendo e evoluindo. Além disso, eles podem participar de
todo o processo de criação e desenvolvimento de determinado produto.
Em meio a diversos aparelhos eletrônicos, chips e placas
metálicas, o estudante Arthur Gabriel Ramos Santos, de 18 anos, tenta explicar
aos visitantes curiosos da Católica TRENDS, para o quê serve cada aparelho
exposto. Mesmo tímido, ele fala com propriedade, e não é para menos: fez parte
da turma que os desenvolveu.
Na iniciação científica desde o começo deste ano, Arthur
concilia o que aprende em seu curso de eletrônica, na Escola Técnica (ETEC) Aristóteles
Ferreira, com o que vê nas pesquisas. “Quando eu não entendo algo na teoria no
curso da ETEC, pergunto por aqui e acabo entendendo na prática”.
“Participei de todas as etapas de desenvolvimento do projeto
de um chip de quatro milímetros que transmite dados”, afirma o orgulhoso Walter
Silva Oliveira, de 19 anos, que conheceu o programa através do incentivo da
escola em que estudava, ETEC Aristóteles Ferreira, enquanto cursava eletrônica.
“Agora, nosso projeto está sendo executado em uma fábrica na China. Quando
voltar, iremos testá-lo. Estou ansioso”.
CARREIRA CIENTÍFICA - Atualmente, cursando Engenharia da Comunicação
na Universidade Federal do ABC, em Santo André, Oliveira se orgulha de ter
iniciado sua carreira científica e pensa em viver de pesquisas, mas confessa
ter “caído” de surpresa nessa área. “Fiz a prova e a entrevista na seleção sem
pretensão alguma. Não sabia como funcionava direito, como a maioria dos
adolescentes. Me surpreendi com o quanto que eu gostei de estar aqui. ”
No processo de iniciação científica, os alunos do Ensino Médio
ou da graduação recebem orientações de um professor pesquisador na área e, na
maioria dos casos, participam de encontros coletivos durante o período para
aprofundar seus conhecimentos e trocar experiências, conhecer metodologias e
técnicas para propor novas análises ou descobertas com raciocínio crítico mais
desenvolvido.
De acordo com o estudante Lucas Obrien Oliveira Silva, de 19
anos, na iniciação científica o jovem aprende a ter senso crítico. “Você
precisa olhar determinado assunto, questionar as atitudes e métodos utilizados
e procurar novas soluções, criando você mesmo”, afirma. “Hoje, curso Engenharia
Elétrica na Unisanta. Eu gostaria de continuar estudando aqui, mas a UniSantos
não tem esse curso”, lamenta.
Ele já está de olho no próximo passo: a carreira.
Ele quer seguir a linha de pesquisa e, por isso, pensa em seu doutorado. “Quero
subir todos os degraus possíveis e viver de pesquisa”, afirma.
Os dois, que já concluíram o período de pesquisa da
iniciação científica, continuam a visitar a UniSantos em reuniões com o grupo
pelo menos uma vez por semana. “Já nos tornamos uma família e a pesquisa nunca
termina. Sempre temos dúvidas ou novas propostas”, diz Silva.
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