Energéticos
são falsos amigos na hora dos estudos
Yasmin
Vilar
Composto
por cafeína e taurina, o energético vem se tornando um aliado dos jovens em
época de vestibular. A rotina de horas de estudos é prolongada ao máximo, mas
esse controle sobre o tempo e a luta contra o sono podem custar caro ao
estudante. Uma pesquisa canadense publicada pelo jornal científico Canadian Medical Association, noticiada
pelo portal Exame, em 15 de janeiro deste ano, divulgou que 55% dos jovens
entre 12 e 24 anos sentiram efeitos na saúde após o uso de uma ou até duas
latas de energético. Entre os principais
efeitos colaterais causados pela bebida estão as dores no peito, tontura,
insônia, formigamento da pele, desconforto respiratório, dores de cabeça,
gastrite e até podem prejudicar o esmalte dos dentes.
O
farmacêutico, professor doutor Paulo Ângelo Lorandi, explica que as substâncias
estimulam o metabolismo, sendo perigosas para quem já enfrenta problemas do
coração. "O uso de energéticos resulta em um esforço incessante do
coração, podendo chegar a ter danos irreversíveis como problemas cardíacos,
caso a pessoa possua pré-disposição para cardiopatias".
Cada
lata da bebida tem volume de cafeína correspondente a três xícaras de café. A
alta dosagem da substância proporciona uma carga energética rapidamente, porém
os efeitos passam com pouco tempo, trazendo uma exaustão ainda maior. Já a
taurina é a responsável pela diminuição do cansaço muscular. "Eles juntos
dão a falsa sensação de energia. O uso contínuo faz com que a pessoa não
perceba que está cansada e precisa descansar. Então, quando o cansaço surge,
ela sente a necessidade de beber novamente para recuperar o ritmo",
esclarece Lorandi, alertando que o "uso rotineiro pode gerar uma carência
de estímulos produzidos pelo próprio corpo”.
Mas, tomar
uma, duas ou três latinhas pode? A dosagem limite não é algo aconselhado pelo
especialista, que coordena o Centro de Informações sobre Medicamentos da
UNISANTOS. "Mais do que indicar a dosagem certa, o correto é esclarecer
sobre os perigos que essa bebida proporciona. Quem usa deve ter o bom senso e
reconhecer os sintomas caso surjam", ressalta.
ALERTA - As horas de estudo
enfrentadas por quem deseja se sair bem no vestibular podem ser acompanhadas
por bebidas cafeinadas, mas sem exageros. "O sono e a alimentação adequada
ainda são as melhores soluções. Vale a pena estudar um pouco menos e descansar
mais. O estudante será mais produtivo do que tomando bebidas energéticas",
aconselha Lorandi. Já nas baladas, a mistura entre a bebida e o álcool pode
trazer riscos severos aos jovens. "O álcool é uma bebida com efeito
depressivo enquanto o energético dá a energia, mascarando os sintomas da
bebida. O jovem pode não notar o quão embriagado está e continuar bebendo até
alcançar um coma alcoólico", alerta o farmacêutico.
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