segunda-feira, 18 de abril de 2016

Santos, 17 de abril de 2016


Em meio a obras Prefeitura de Santos 
lança feira de “souvenirs”

Com o objetivo de estimular os artesãos da região por meio da produção de “souvenirs” que façam referência à Cidade, a Secretaria Municipal de Turismo de Santos lança evento que causa apreensão entre expositores, artesãos e comerciantes. Na manhã de ontem, uma hora e meia antes do início do lançamento oficial da feira, os participantes ainda dividiam espaço com moradores de rua. Apenas duas funcionárias da Prefeitura Municipal de Santos tentavam organizar os espaços.              

Inacabada, a reforma da sede da Prefeitura, na Praça Mauá, impedia que a feira fosse erguida num espaço mais limpo e seguro, mesmo com todo esforço da equipe Terracom, ora limpando o chão sujo da praça, ora ajudando os artesãos a erguerem suas barraquinhas.

Segundo Valentina Rezende, que é capacitadora na Secretaria Municipal de Turismo, a cidade de Santos precisa produzir mais lembrancinhas para os turistas. Só assim o turismo, a cultura, a economia e o desenvolvimento social da cidade permitirão a Santos o devido lugar no cenário turístico nacional. “A ideia da feira nasceu durante o Festival Café Santos, realizado em julho do ano passado e com o sucesso do projeto Feijão na Rua, realizado na XV, decidimos transformar a feira em um evento permanente. Nossa ideia é movimentar o Centro-Histórico com a venda de souvenirs personalizados, exposição de carros antigos e a famosa feijoada santista”, afirma.

Para alguns expositores, a expectativa das vendas é muito boa, porém, se preocupam bastante com a segurança no local. Muitos reclamaram da falta de assistência da Secretaria de Turismo na montagem das estruturas e acenaram preocupação com a desmontagem da feira, momento mais crítico quando a praça começa a ser tomada por moradores de rua. A artista plástica Rosângela Afros, moradora do bairro Campo Grande, participa há cinco anos de feiras na região e revela que foi convidada pela Prefeitura um dia antes do evento. “Me pediram para fazer uns turbantes, brincos e outros objetos com estampas de café. Deu tempo para fazer algo nesse sentido, mas o meu forte mesmo é o colorido. Minha paixão é a arte africana”, ressalta.


Há doze anos trabalhando no Café Allegra, no entorno da Praça Mauá, Dona Margarida dos Santos, de 58 anos, já presenciou muitos eventos no famoso centro-histórico e não tem reclamação a fazer referente à segurança no local. Ela acredita que a feira não foi bem divulgada. Disse que foi informada que deveria abrir o restaurante de propriedade do vereador Geonísio Aguiar, o Boquinha (PMDB), dois dias antes do evento. Ela conta ainda que durante todos esses anos sempre viu muito projeto começar e terminar na praça. Nunca, nada foi tão autêntico e diferente a ponto de atrair turistas e moradores.    

Texto: João Fabrício Gonçalves de Brito 

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