Em meio a
obras Prefeitura de Santos
lança feira de “souvenirs”
Com o objetivo de estimular os
artesãos da região por meio da produção de “souvenirs” que façam referência à Cidade,
a Secretaria Municipal de Turismo de Santos lança evento que causa apreensão
entre expositores, artesãos e comerciantes. Na manhã de ontem, uma hora e meia
antes do início do lançamento oficial da feira, os participantes ainda dividiam
espaço com moradores de rua. Apenas duas funcionárias da Prefeitura Municipal
de Santos tentavam organizar os espaços.
Inacabada, a reforma da sede da
Prefeitura, na Praça Mauá, impedia que a feira fosse erguida num espaço mais
limpo e seguro, mesmo com todo esforço da equipe Terracom, ora limpando o chão
sujo da praça, ora ajudando os artesãos a erguerem suas barraquinhas.
Segundo Valentina Rezende, que é
capacitadora na Secretaria Municipal de Turismo, a cidade de Santos precisa
produzir mais lembrancinhas para os turistas. Só assim o turismo, a cultura, a
economia e o desenvolvimento social da cidade permitirão a Santos o devido
lugar no cenário turístico nacional. “A ideia da feira nasceu durante o
Festival Café Santos, realizado em julho do ano passado e com o sucesso do
projeto Feijão na Rua, realizado na XV, decidimos transformar a feira em um
evento permanente. Nossa ideia é movimentar o Centro-Histórico com a venda de
souvenirs personalizados, exposição de carros antigos e a famosa feijoada
santista”, afirma.
Para alguns expositores, a
expectativa das vendas é muito boa, porém, se preocupam bastante com a
segurança no local. Muitos reclamaram da falta de assistência da Secretaria de
Turismo na montagem das estruturas e acenaram preocupação com a desmontagem da
feira, momento mais crítico quando a praça começa a ser tomada por moradores de
rua. A artista plástica Rosângela Afros, moradora do bairro Campo Grande,
participa há cinco anos de feiras na região e revela que foi convidada pela Prefeitura
um dia antes do evento. “Me pediram para fazer uns turbantes, brincos e outros
objetos com estampas de café. Deu tempo para fazer algo nesse sentido, mas o
meu forte mesmo é o colorido. Minha paixão é a arte africana”, ressalta.
Há doze anos trabalhando no Café
Allegra, no entorno da Praça Mauá, Dona Margarida dos Santos, de 58 anos, já
presenciou muitos eventos no famoso centro-histórico e não tem reclamação a
fazer referente à segurança no local. Ela acredita que a feira não foi bem
divulgada. Disse que foi informada que deveria abrir o restaurante de
propriedade do vereador Geonísio Aguiar, o Boquinha (PMDB), dois dias antes do
evento. Ela conta ainda que durante todos esses anos sempre viu muito projeto
começar e terminar na praça. Nunca, nada foi tão autêntico e diferente a ponto
de atrair turistas e moradores.
Texto: João Fabrício Gonçalves de Brito
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